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terça-feira, 25 de dezembro de 2012


Algumas atividades na Paróquia São Lucas.



   Celebração em Lerroville. 

                                                 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Nasceu-vos hoje um Salvador, que é Cristo Senhor... Lucas 2,1-20 - Ildo Bohn Gass



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No segundo capítulo de Lucas, ainda estamos no Evangelho da Infância de Jesus (Lucas 1-2). Como já sabemos, mais do que dizer como os fatos aconteceram, essas narrativas querem nos conduzir para além dos fatos, querem ir mais fundo. Por isso, fazem uma leitura teológica da infância de Jesus para servir de luz na caminhada das pessoas e das comunidades a quem ela se destina, ontem e hoje. O texto proposto para refletir no natal deste ano é a narrativa a respeito do nascimento de Jesus segundo Lucas 2,1-20. Podemos dividir este relato em três partes.
Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Vinde Senhor Jesus! (Lucas 1,39-45) Marcel Domergue


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Ficamos felizes por ouvir Deus dizer que não deseja os nossos sacrifícios (citação do Sl 40 na 2ª leitura). No Salmo 50 (7-14), ouvimos Deus declarar que não come a carne dos touros e que todos os animais da terra lhe pertencem. O antropólogo René Girard explica que, divididos por suas invejas e cobiças, os homens, para se reconciliarem, tomam uma vítima supostamente carregada de todas as violências do povo e que, sendo imolada, ela leva embora a violência toda cometida, tornando-se sagrada desde então. Diversos outros elementos se conjugam a esta perspectiva. Trata-se também de satisfazer e, portanto, de apaziguar a cólera de um Deus ultrajado. Acrescente-se, no caso de Israel, a vontade de instituir-se um rito que signifique que todas as riquezas naturais que nos alimentam nos são dadas por Deus.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

ENCONTRO DIOCESANO DA UMEAB.



Nos dias 02 03 de Dezembro a UMEAB, da DAC, esteve reunida refletindo a mulher na Bíblia, e a luta das mulheres nos dias atuais. Parte do encontro foi na Paróquia de Cascavel, Ascensão,  outra parte foi no acampamento dos sem terra, outra parte ainda em um assentamento onde funciona uma padaria comunitária. Foi um rico momento de partilha e Espiritualidade.




 




sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

2° ENCONTRO, POUSADA DE NATAL - Revda Lucia



TEMA – DEUS SE FEZ
 HUMANO E VEIO MORAR NO MEIO DE NÓS!
AMBIENTE – ( Berço vazio)

ASCENDER AS VELAS DA VELA DA COROA. - 
 Uma vela se ascende para o caminho iluminar preparemos nossas casa é Jesus que vai chegar.

TODOSNo advento a tua vinda nós queremos preparar. Vem, Senhor, que é teu natal. Vem nascer em nosso lar.

 A – Vamos abrir a nossa casa e o nosso coração para acolher Jesus, que vem trazer paz e alegria para as pessoas!

T – Abre tua porta que alguém está batendo, abri tua porta que alguém está nascendo, é Jesus que vem a ti. Porque tu te esconde, porque não respondes? Impede Jesus de renascer!

1° ENCONTRO – POUSADAS - Por Revda Lucia Dal Pont




NO SIM DE MARIA A ESPERANÇA DA HUMANIDADE!
Símbolo o berço vazio.

Vem Senhor Jesus O Mundo precisa de Ti. (Bis)

TODOS – no advento a tua vinda nós queremos preparar. Vem, Senhor, que é teu natal. Vem nascer em nosso lar.

 A – Neste encontro vamos refletir sobre o amor e a presença de Deus no meio de nós. Deus que é misericórdia, escolhe sempre os mais simples e pobres para se revelar e torna-los instrumentos de sua boa notícia. Foi assim também com as primeiras comunidades cristãs, elas sentiam que eram tão forte o Espírito de Deus sobre os cristãos, que com coragem se espalharam pelo mundo para anunciar a boa notícia do evangelho de Jesus.

T – Nós também sentimos o Espírito de Deus sobre nós.

L 1 – Quando Deus escolheu Maria, uma simples camponesa para instrumento do seu amor no mundo, devolveu-nos a dignidades, a esperança e a graça do perdão.

L 2 – Deus viu em Maria a pequenez de uma serva fiel e por isso a escolheu para ser a mãe do salvador. E Maria acreditou em poder trazer ao mundo o Filho de Deus.

L 3 – Maria disse sim ao Senhor, Assim como Abraão e Sara Jacó e Lia, Isabel e Zacarias e muitos profetas e profetisas ouviram e acolheram o chamado de Deus e deram seu sim com gratuidade e responsabilidade.

T – O Senhor fez em nós Maravilha Santo, Santo, Santo  é o Seu Nome.
L 2 – Maria é modelo de fé para o povo de Deus. O povo se identifica com Maria através de sua fé humilde, das dificuldades e provações de seu tempo e da escuta a Palavra de Deus.

T – Felizes os que ouvem a palavra de Deus e as põem em prática!

CANTO.
Texto Bíblico Lc 1:26-38.
  • O que mais chama atenção no texto?
  • Qual o fato que aparece no texto?
  • Quais os personagens aparecem no texto?
  • Qual a mensagem que o Anjo trouxe a Maria?
  • Qual a resposta de Maria?
  • Porque o Anjo diz a Maria, que é possível sim, ela dar a luz ao filho do Altíssimo?
  • O que impossível para as pessoas é possível para Deus, disse o Anjo a Maria. Nós acreditamos como Maria?

APRENDENDO COM A VIDA!
A – Numa noite de natal um anjo apareceu a uma família rica e falou para dona da casa:
L 1 – Estou te trazendo uma boa notícia: Esta noite o Senhor Jesus virá visitar tua casa!

A – Aquela senhora ficou entusiasmada. Tratou de preparar uma excelente ceia para receber Jesus. Comprou frangos, conservas e vinhos importados. De repente tocou a campainha. Era uma mulher mal vestida, com cara de quem já sofreu muito e com uma barriga de grávida.

2 – Senhora será que não teria nem um serviço para mim? Estou grávida e preciso trabalhar.

A – A dona da casa respondeu:
L 3 – Ora bolas, isso é hora de você vim aqui me incomodar? Volte outro dia, agora estou muito atarefada, vou receber uma visita importante.

A – Pouco depois, um homem todo sujo, de graxa, veio bater a porta.

L1 – Minha senhora meu caminhão pifou bem aqui na esquina. Não teria, por acaso, uma caixa de ferramenta que pudesse me emprestar?

L 2 – Você pensa que minha casa é oficina mecânica? Onde se viu incomodar as pessoas dessa maneira? Por favor, cuide para não sujar a entrada da minha casa  com seus pés imundos!

A – E ela continuou a preparar a ceia... nesse momento alguém lá fora bateu palmas.

L 3 – Será que agora ta chegando Jesus? Vou ver.
A – E com o coração batendo acelerado, foi abrir a porta, mas não era Jesus, era um menino de rua a procura de comida.
L1 – A senhora não tem um prato de comida pra me dá? Estou com fome.
L2 – Filho, como é que eu vou te dar comida se nós ainda não ceamos? Volte a manhã, por que está noite estou muito atarefada.  
A – Finalmente a ceia estava pronta. Toda família se reuniu a espera do ilustre visitante. As horas foram passando e Jesus não apareceu. Cansados tomaram alguns goles de bebida, beliscaram os finos pratos e vencidos pelo sono, foram dormir. A dona da casa não conseguiu dormir.

L3 – Será que um anjo é capaz de mentir? Eu preparei tudo, guardei a noite inteira, e Jesus não apareceu. Porque é que ele fez esta brincadeira comigo?

A – E o Anjo em sonho, lhe falou:
L1 – não, eu não menti! Foi você que não teve olhos para enxergar. Nesta noite de natal, Jesus por três vezes veio te visitar! 

Cantemos – Entre nós está e não o conhecemos, entre nós está e nós o  desprezamos...
·                     Porque o “Anjo” disse a mulher: “Foi você que não teve olhos para enxergar”?
·         Será que tem gente que não enxerga o natal?
·         O que nós esperamos do natal?
·                     Nós temos esta fé que nos dá a certeza de que Deus caminha conosco?
L 2 – Os discípulos e discípulas de Jesus devem sempre dar provas da presença do Espírito de Deus no meio de nós, mostrando que para Deus tudo é possível.

L 3 – Como Maria nós também podemos ousar abrir a Deus a porta de nossa vida, de nosso coração, de nossa família, de nossa comunidade: DIZENDO SIM AO CHAMADAO DE DEUS, PARA CONSTRUIR RELAÇÕES NOVAS  DE ACOLHIMENTO E RESPEITO ENTRE NÓS.

A – Elevamos a Deus nossas Orações.

L 1 – Que o Espírito de Deus que atua em comunhão com o Pai e O filho, nos ensine a viver em comunhão. Oremos

TODOS Vem Senhor Jesus o Mundo precisa de Ti!

L 2 – Que o Espírito de Deus continue sobre nós, nos transmitindo coragem, clareza, fidelidade, bondade, mansidão, paz, para vivermos o compromisso de cristãos. Oremos

L 3 – Que Teu Espírito Senhor, venha sobre nós e traga paz aos corações endurecidos pelo ódio, inveja, discórdia, mentira e falta de amor. Oremos
A – Que cada um em silêncio faça sua oração a Deus. (Um minuto de silêncio) E juntos façamos a Oração que Jesus nos ensinou, Pai Nosso...
         Pensamos sobre o que podemos fazer como gesto concreto, para não deixar o berço vazio... (um momento para decidir trazer para preparar o natal de alguém precisa para o próximo encontro)
A – Com fé digamos:T - Senhor nosso Deus, Jesus veio para nos mostrar o caminho da vida! Que este tempo do advento, seja para toda Igreja, uma oportunidade, para que as pessoas descubram o verdadeiro sentido do Natal! Amém!

CANTO FINAL











O Natal só tem sentido se aponta para a Ressurreição! (Direção do CEBI)



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Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo os sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários

Chega o mês de dezembro e com ele se aproxima a celebração de mais um natal e de mais um fim de ano. Nos dias do advento, tempo que antecede o natal, atravessamos espaços litúrgicos sempre em busca de um encontro renovado com Jesus de Nazaré.
Este período sempre traz consigo um convite para revisitarmos caminho e caminhada, perguntar como estamos e como chegamos a este instante da jornada. Talvez, alguns de nós estamos chegando como o casal de Emaús: Desgastados e desalentados da dura caminhada até aqui. Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para o povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém. No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido. Enquanto conversavam a respeito de tudo, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles, mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo. (Lucas 24, 13-16)
Olhos cansados e desalentados são impedidos de ver, de reconhecer a presença de Jesus. Esta cena serve como um retrato das comunidades cristãs na época em que Lucas escreve seu Evangelho. Em nossos dias também cresce o número de pessoas que não acreditam mais em nada. Sem utopias e sem fé, muitas pessoas se encontram desiludidas com os problemas dentro das igrejas e na sociedade. Tudo isso faz crescer o medo, a violência e a falta de esperança no meio do povo.
O texto do caminho de Emaús tem inspirado não só a metodologia da leitura popular da Bíblia, mas toda a nossa espiritualidade. Nosso objetivo é conduzir o olhar não para o texto, mas para o caminho, para a vida e para os novos horizontes que se abrem a partir dela. Inspirados e inspiradas nesse texto, mais uma vez queremos convidar a todos nós que estamos na caminhada a levantar os olhos e reconhecer a presença do Menino que renasce. Reconhecê-lo no caminho a despeito de todos os sinais de violência, medo, dor e sofrimento. O natal só tem sentido se aponta para a páscoa da Ressurreição!
Reviver a experiência natalina é um convite a ver de novo os sinais da presença divina nas antigas imagens e cenários. Podemos, sob a inspiração do caminho de Emaús, olhar de novo a cena natalina e lá reconhecermos Jesus presente... na estrela que guia sempre no meio da noite escura... nos anjos que aparecem aos pastores e os fazem levantar e seguir em busca... no estábulo em sua tão rica humildade... no abraço de Maria e José diante do menino que mudou todo o curso e planos de suas vidas... e finalmente olhar e ver de novo o milagre de uma criança recém-nascida, pequena, vulnerável e frágil, mas, que traz consigo sinal de vida e esperança.
Com os olhos abertos e corações reaquecidos pela presença de Jesus contemplado na antiga cena natalina, tornemos a olhar ao nosso redor e olhemos outra vez a nosso cenário de vida e de luta! E quem sabe, como o casal de Emaús que voltou ao mesmo cenário onde seus olhos tinham contemplado apenas a morte, agora veremos algo novo, gente reunida declarando: “É verdade! O Senhor ressuscitou!” (v.33,34).  É verdade, uma criança nasceu e nos faz renascer!
Gente reunida declarando que a vida venceu a morte, pequeno grupo que resiste, pois reconhece que Jesus vive e renasce sempre. Isso é natal! Jesus nascendo sempre de novo nesse mistério que envolve a vida.  Que sejam assim nossos grupos, gente da leitura popular da Bíblia, gente reunida com a vida e a fé renovadas pela certeza de Jesus presente nascendo sempre de novo!
Adeodata, Odja e Luiz, Direção Nacional do CEBI

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

REJU apresenta Carta de São Paulo


por Rede Ecumênica de Jovens


As Jovens e os jovens, organizados/as pela Rede Ecumênica da Juventude (REJU), com o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE), da Fundação Luterana de Diaconia (FLD), de Koinonia - Presença Ecumênica e Serviço, do Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI) e do Fórum Ecumênico ACT Brasil (FEACT - Brasil) - realizaram em São Paulo (SP), entre os dias 6-9 de dezembro de 2012, o Encontro Nacional da REJU: Incidência Política e Garantia de Direitos. Esta atividade promoveu o empoderamento em incidência política em temáticas como: juventude, equidade de gênero e direitos LGBT; juventude e vida segura; juventude e justiça socioambiental e juventude e superação da intolerância religiosa. Além disto, possibilitou a articulação de juventudes das cinco regiões do país com o intuito de sinalizar os eixos de atuação da rede nos dois próximos anos (2013-2014), para refletir e incidir em direitos e políticas públicas de juventude no Brasil.
A Rede Ecumênica de Juventude, em sua busca por fortalecer os elos que concorrem para a observação, manutenção e promoção de direitos juvenis, reconhece que as suas ações em 2012, no âmbito da garantia de direitos e nos fortalecimentos de conquistas, especialmente na promoção da justiça socioambiental, combate de intolerâncias religiosas e sexuais, bem como no requerimento e conquista de espaço para articulação dos direitos da juventude em âmbito governamental, foram satisfatórios e ampliaram horizontes para a continuidade de processos.
Sem permitir a queda no sonolento poço da comodidade e não permitindo que nossos corpos dancem músicas de composições alheias, miramos para o objetivo comum da juventude, que é a caminhada constante em prol dos direitos que nos são devidos. Assim, ousamos denunciar uma vez mais que a intolerância religiosa e racial tem acometido a juventude nas diversas regiões e contextos do Brasil. Além disto, a fragilidade e/ou ausência de políticas públicas que respondam a essas demandas, legítima as várias formas de violência que são praticadas veladamente contra as (os) filhas (os) jovens de nossa frágil e amável mãe gentil.
Visando a recuperação dos danos já sofridos e a promoção de uma juventude com maior equidade propomos como eixos de atuação em 2013-2014:
Eixo 1: Juventude e Equidade de Gênero:
Objetivo: desconstruir as relações de poder, a fim de diminuir os conflitos de gênero e construir um espaço de diálogo, informação e denúncia; promover espaços de debates sobre a autonomia do corpo, despertando a celebração e autoconhecimento.
Eixo 2: Juventude e Superação de Intolerâncias:
Objetivo: contribuir com a visualização, problematização e denúncia da intolerância religiosa; favorecer o diálogo entre juventudes de diferentes religiões; proporcionar a reflexão e capacitação sobre a intolerância sexual (homofobia-lesbofobia) desde perspectiva de direitos humanos e a interface com distintas espiritualidades.
Eixo 3: Enfrentamento à violência contra a juventude negra
Objetivo: fortalecer e dar visibilidade às iniciativas e campanhas de outras organizações e ao Plano Nacional "Juventude Viva"; criar espaços de diálogo e reflexão em nossas comunidades religiosas e em outros ambientes vivenciados pela juventude; dar visibilidade e incentivar o acesso das (dos) jovens negras (os) às ações afirmativas, contribuindo com a efetivação destas políticas.
Eixo 4: Juventude e justiça socioambiental
Objetivo: Empoderar as juventudes em relação à plataforma de direito à cidade com ênfase em direito à moradia, ao saneamento ambiental, à acessibilidade, ao lazer, e as ações para prevenção de riscos e desastres ambientais; denunciar casos de violação de direitos ao território e acompanhar processos de reconhecimento e garantia da terra; Com estas devidas pontuações, visibilizamos nossos anseios e projetos e afirmamos que faremos valer nossas propostas. Também, sinalizamos que estamos dispostas (os) a receber outras (os) em nossos braços, dar nossas mãos, continuarmos a aprender a dialogar e cantar a canção sincera de nossas entranhas em prol de nossa dignidade, de uma casa-comum realmente justa. 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Iluminação para o Advento


INTRODUÇÃO

A palavra ADVENTO significa "o dia da vinda", deriva de uma antiga liturgia pública romana. Era usada na liturgia da cidade de Roma indicando o dia em que uma divindade se manifestava no templo a ela dedicado, visitando os seus fiéis no culto. O templo dedicado à divindade abria as porta, uma vez ao ano, no dia determinado pela visita do deus, da deusa. Esta linguagem pertencia também ao império romano e indicava o dia em que um novo imperador assumia o poder. Então a palavra ‘advento' tinha um duplo sentido: religioso e político.
As comunidades cristãs adotaram esta palavra para indicar o tempo litúrgico que preparava ao Natal. Advento, evento, espera, vinda, palavras que expressam uma tensão ansiosa de plena expectativa, abertura para acolher uma pessoa, uma proposta, um projeto, uma boa notícia.
"Maran atha", antiga formula em aramaico que ressoava nas liturgias das primeiras comunidades cristas (1Cor 16,22; Fl 4,5; Tg 5,8; Ap 22,20). "O Senhor vem!"Invocação que expressava a certeza da sua vinda, que alimentava a esperança e sustentava no caminho. Mas... quando e como Jesus virá? Como  reconhecer a sua presença na comunidade? Estas interrogações chegam até nós hoje e entrevemos uma resposta no tempo de advento.
O calendário litúrgico cada ano no mês de dezembro acolhe a tradição do Advento, tempo de preparação e espera do Natal. O calendário litúrgico compete com o calendário da propaganda natalina, aliás, esta começa antes, com suas luzes brilhantes, com suas promoções que se tornam boas notícias.
Como no tempo do império romano, o político e religioso se mesclam e articulam como suporte ao sistema de dominação. O consumismo e o religioso ainda uma vez se articulam, adormecem as consciências que se deitam na falsa ilusão de um bem estar individual e de uma religiosidade superficial.
As primeiras comunidades cristãs proclamando come um refrão à invocação: "Maran atha" souberam encontrar o caminho para celebrar o mistério do Deus que vem ao encontro da humanidade, o mistério da presença do Reino de Deus em Jesus de Nazaré.
"Maran atha" possa ser neste tempo de Advento a nossa invocação, que como uma mantra repetimos para penetrar o mistério de Deus que assume a nossa humanidade para nos visitar; penetrar o mistério da semente do Reino presente nas pequenas coisas do cotidiano, presente nos pequenos.
"Maran atha", invocação que orienta nosso olhar na pessoa de Jesus de Nazaré, Emanuel, Deus conosco. Em busca de Jesus de Nazaré, hoje vamos caminhar com três grandes figuras bíblicas: o profeta Isaías, o precursor João Batista, Maria a mãe. Desde os inícios a comunidade cristã releu as profecias de Isaías para compreender o mistério de Deus revelado em Jesus de Nazaré. João Batista, como novo Elias vem de novo preparar o caminho, nos abrir à ação de Deus e preparar a acolher seu filho Jesus. Maria, a mãe nos recorda que sem gravidez não há nascimento! Natal é festa celebrada ao redor da esperança de uma gravidez, de um nascimento.
Na comunidade hoje, vamos iniciar o advento através de reflexões e no final com o sinal da Coroa do Advento, tradição nascida no norte da Europa e que hoje se difundiu em outras partes do mundo. Ela é formada por um círculo de galhos do pinheiro, decorado com fitas vermelhas e símbolos natalinos onde estão inseridas quatro velas. Cada símbolo nos fala:
• O circulo fala da circularidade da vida, do universo, da história, das relações na comunidade.
• O verde recorda o renovar-se constante da vida
• As fitas vermelhas o amor e a disponibilidade a recriar as relações humanas
• As velas, a luz, Jesus luz que ilumina a realidade humana.


O Profeta Isaías
O seu nome, Ihaweh é salvação, indica a missão. Atuou entre 740 a 700 a.C. Normalmente é apresentado como o profeta que ajudou as comunidades cristãs a penetrar o mistério de Jesus de Nazaré como Messias. As origens de Jesus são interpretadas a partir dos textos Is 7,10-15; 9,1-6; 11,1-9.
Viveu num periodo de grande violência. Os reinos de Israel e Judá respiram ainda uma certa autonomia, no contexto internacional. Mas no horizonte já está se formando um grande temporal: a invasão da Assíria. Formam-se alianças para resistir. O rei Acaz, de Judá prefere pagar o tributo à Assíria em lugar de se aliar com os reinos vizinhos menores. O medo e a traição com os reinos irmãos o levam a investir fortemente no exército e nas fortificações das muralhas.
Isaías é o profeta das crianças: 1,17.23; 10,2; 3,4-5; 9,17; 10,19; 13,18; 20,4; 14,3. Lendo estes textos percebemos que o profeta tem um olhar especial para a situação das crianças, dos pequenos. As crianças em sua profecia se tornam uma categoria bíblica: o que acontece com elas expressa o que está acontecendo com os pequenos que não têm quem os defenda.
As crianças são sinal de contradição: Is 6,13, semente santa; Is 7,1-9: Seariasùb = "um resto-voltará"; Is 7,14: Emmanuel - Deus conosco"; Is 8,1-4: Mahèr-salàl-cash-baz ="pronto-saque-prozima-pilhagem. São mensagens que denunciam as conseqüências da guerra. Is 9,1-6: "Um menino nasceu..."; Is 11,1-9: "Um ramo sairá do tronco de Jessé".  As crianças com suas mães estão no centro da cena: sua presença é uma garantia: Deus está conosco! As crianças invadem a cena: "Eis eu e os filhos que o Senhor me deu, somos um sinal..." Is 8,18. Nas crianças, Isaías condensa sua profecia, elas parábolas, são utopia. A partir delas se irradia uma luz que ilumina a realidade de hoje e de ontem.
Não vamos nos iludir ou cair no sentimentalismo, de parar olhando as crianças com sentimentalismo. A profecia de Isaías fala de libertar os oprimidos 11,4. Ameaça com seu projeto que aposta nos pequenos os poderosos da terra 7,17. Sua crítica é contra o militarismo, a violência, a força como única solução dos conflitos 7,3-9.
Isaías teve sua vocação no Templo, sacerdote e profeta, tinha liberdade de entrar e sair do palácio, mas enfrenta o rei a partir de outro projeto. O rei aposta nas armas, usam o nome de Deus e a religião. Eles apostam nas armas e na guerra; o profeta grita: nós apostamos nas mulheres, nas crianças, em quem não conta. Se estabelece um confronto: força X fraqueza. Nasce, ou melhor, acorda uma fé antiga: apostar nos pequenos, eles são a profecia que um novo mundo é possível.

• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa o profeta Isaías e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com Isaías.
O que importa é se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus poderoso
Encontraremos a fragilidade
De uma criança
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco é clandestino
Nos pobres da,
Nos medos dos oprimidos,
Na tristeza dos abandonados,
Na solidão do marginalizado.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperanza
Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

  
O precursor João Batista                                        
Ainda antes de nascer, João Batista, foi chamado, pelo seu estilo de vida a denunciar o que havia de errado e viver como alguém que vai contra maré. Ao tempo de Herodes, nas montanhas da Judéia, de casa em casa começou a correr uma notícia: Isabel, a esposa do sacerdote Zacarias, tida como estéril, está grávida de um filho (Lc 1,23-25). A coisa mais esquisita é que se dizia que Zacarias tinha voltado mudo de Jerusalém, depois de ter prestado seu serviço no templo (Lc 1,21). Passava de boca em boca que a causa disso foi sua incredulidade: não tinha acreditado numa anja! (Lc 1,20).
Quando a criança nasceu, no dia de sua circuncisão, dia em que se dava o nome à criança, Isabel, a mãe rompeu todas as regras: ela mulher deu o nome ao filho e o chamou de João, um nome que não pertencia à tradição da família. Os parentes e os vizinhos ficaram escandalizados e se dirigiram a Zacarias, certos de que desmentiria a mulher mandando-a calar a boca, embora fosse mudo! Mas surpresa das surpresas, Zacarias acatou a decisão de Isabel, escreveu numa tabuinha: o seu nome é João. Então, para surpresa de todos, voltou a falar e que fala, um cântico!
Que nomes nesta familia: Zacarias - Deus se recorda, Isabel  Deus jurou, João Dom de Deus. Certamente a mãe no nome do filho, quis escrever a sua história e na sua história a história do seu povo: quando Deus jura, se recorda e doa o que ele promete. O povo começou a se perguntar "O que será mais esta criança?" (Lc 1,65-66). A esta pergunta respondeu o pai que desde que recuperara a palavra bendizia e louvava a Deus seguidamente (Lc 1,67-79). E, no meio da louvação a Deus respondia à pergunta: "E tu, menino serás chamado profeta do'Altíssimo!" (Lc 1,76).
Mas o que significa ser profeta do Altíssimo? Profeta, profetiza são pessoas capazes de ver de enxergar longe, interpretar os acontecimentos em relação à vontade de Deus. Conseguem enxergar os encontros na história: o encontro do clamor do povo que suplica e clama, luta sob o peso da opressão e a Palavra de Deus que liberta e salva. Recordam aos pobres que Deus é fiel à sua vocação, não esquece, è presença e resposta a quem clama e pede justiça, paz e alegria.
Isabel e Zacarias com seu filho João, são família profética que nos recordam que Deus não esquece seus juramentos, nos visita e nos oferece a salvação. Nas suas palavras encontramos a voz dos pobres que denunciam a opressão que subtrai a vida e rouba a esperança. Mas, encontramos também o anúncio que o nosso Deus é um Deus de útero de misericórdia que acolhe, renova, vem ao encontro dos pobres que suplicam. João soube ser fiél à sua vocação profética, nascida da profecia de Isabel e Zacarias. Como Isaías havia dito, vem preparar o caminho. João novo Elias reúne ao seu redor aqueles que invocam a vinda do Messias. Movimento popular que abre os corações à esperança e por isso será presença no início da vida pública de Jesus como foi presença na sua origem. Fiél á sua vocação profética, denuncia abertamente os poderosos do seu tempo. Fidelidade que o conduzirá a viver o destino dos profetas e das profetizas, a perseguição e a morte.  
Dele que veio preparar o caminho, Jesus dirá: "Quem foste ver no deserto? Um caniço movido pelo vento... Um homem envolvido em roupa fina?... Entre os nascidos de mulher até hoje não nasceu alguém como João Batista..." (Mt 11,7-11).
           
• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa o João Batista e orar:

Vamos a Belém,
Vamos com João Batista.
O importante è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus violento
Encontraremos a ternura
De uma criança
Não duvidemos,
De ter errado o caminho!
Deus conosco se esconde
Nos que promovem a paz,
Nos que reconstroem reconciliação,
Nos que sanam as relações,
Nos que tem olhos e coração transparente.
Nos coloquemos a caminho.
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras da esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança
Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

Maria, a mãe  
Maria, a mãe nos recorda que sem gravidez não ha nascimento! Advento, Natal tempos litúrgicos à sombra de gravidez, de nascimentos. Os evangelhos da infância de Mateus e Lucas são páginas de mulheres e crianças. É a grande novidade: nas pequenas coisas, nos pequenos há o mistério da Boa Notícia.
Mulher e criança são o cotidiano, nos relembram uma realidade ausente da economia, da política, da religião: cueiros pra lavar, papas para preparar, joelhos machucados... a cotidianidade monótona, mas é aí que é presente o mistério que nos faz borbulhar de alegria (Lc 1,39-56).
Entrar na casa, saudar, abraçar. Duas mulheres se encontram: uma anciã, outra jovem. A mesma experiência: esperam um filho em situação incomum. A anciã talvez precise de ajuda na casa por causa de sua gravidez de risco. A jovem de ser acolhida, de conselhos, pois espera um filho e não é casada, teve que sair às pressas de sua aldeia. O encontro não precisa de palavras para expressar dúvidas, temores, angústia, medo, espera, esperança. A anciã acolhe, a jovem serve. Na casa o cotidiano da vida, o inesperado da vida. É na cotidineidade da vida, que acontece o novo.
Bendita mãe, bendito filho. Bendizer, ben-dizer, dizer-o-bem. Advento, se colocar a caminho para bem-dizer para as pessoas, para sociedade, para o universo.
Maria é bendita porque carrega o fruto bendito: dirá e fará o bem em sua vida. Dizer-o-bem da vida é dar à vida um sentido novo, novo rumo.  Às vezes dizemos que vivemos um tempo maldito, em um mundo maldito. Mal-dizer é dizer e fazer o mal. Uma vida que somente tem a dizer o mal, perdeu o sentido, o rumo, a direção... Maria carrega o fruto bendito porque Jesus reorienta a vida, lhes dá um novo sentido, uma nova direção.
Bendita, bendito: a Boa Notícia está presente na mulher, na criança. A mulher oferece seu ventre para engravidar a vida, o cumprimento das promessas, a novidade de vida. Bendita a casa que se faz ventre e engravida a novidade da vida. Bendita aquela que acreditou! Benditas, benditos aqueles e aquelas que acreditam que o impossível é possível!
Maria é bem-aventurada porque acreditou. Crer é diferente de ter fé. Fé fala de ideias, doutrinas, dogmas. Crer é um verbo é um agir. Crer que as mudanças estão acontecendo no cotidiano, na escolha dos estilos de vida que podem transformar esta vida maldita em via bendita.
Frente à realidade nos sentimos imponentes. Nos sentimos pequenoss, inúteis, assim como Maria e Isabel deviam se sentir. Acreditaram que, delas, mulheres a quem a sociedade não dava valor, em seus filhos ainda para nascer que as promessas do Senhor teriam de se cumprir. Tiveram olhos para reconhecer na banalidade e monotonia cotidiana, em sua situação inusitada, nos seus pequenos gestos de mulheres a presença do Senhor que transformava sua vida, a vida do seu povo, a história.
O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa Maria a mãe e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com Isabel e Maria
O que importa è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus patriarcal
Encontraremos a fragilidade
De uma criança
Da quotidianidade.
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco é presente
Nas humilhadas da historia,
Nas silenciadas pelas culturas,
Nas negadas pela religião,
Nas que defendem a vida.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança

Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

A Comunidade
Vamos viver o Advento como tempo de espera da vinda do Senhor. Deus se encarna, se faz humano porque quer nos encontrar. Deus nos surpreende com sua visita. Se aproxima, anuncia, orienta, sopra em nossos ouvidos...
Vivemos o Advento no fim de ano, tempo cheio, agitado, um corre, corre de atividades para concluir, compras para fazer, organizar-se para as festas, natal, fim de ano... O Advento nos lança um desafio: seremos capazes de reservar tempos para o essencial? Um tempo místico para refletir e ir às raízes de nossa existência? Se não aceitarmos este desafio corremos os perigos de perder o controle da nossa vida, da nossa realidade mais profunda no anseio sôfrego da preparação das festividades e, ao final não perceber Sua vinda.
Reunir-nos em comunidade, em família, ousar nos dar um tempo de silêncio pessoal, tranquilo, sereno, e poder refletir e sentir mais intensamente que é tempo de Deus, momento vivido entre nós, momento divino, retalho de tempo em que experimentamos a união profunda do divino com o humano.
As primeiras comunidades cristãs, através das leituras, nos indicam o caminho para reconhecer os sinais que Deus deixou na história. Sinais que frequentemente são somente sussurros na multiplicidade altissonante dos sons e das palavras que invadem a nossa vida. Sinais que são sonhos, presença fugaz, que nem bruma, no assalto constante dos sonhos coloridos e fascinantes do consumismo. Sinais dos anjos e anjas silenciosas e leves, sem estardalhaço nos falam no cotidiano da vida.
Foi assim para Isaías que entreviu o Deus-conosco, nos pequenos, nas crianças, que se tornaram sinais de esperança e luzes acesas na escuridão, criada pela violência da lógica da guerra, das armas. (Is 9,1-6). Foi assim para João Batista, marcado desde o ventre materno da presença de anjos e anjas, mensageiras, canais de comunicação que religam o céu a terra. Precursor nascido na contra maré, viveu na contra maré, desafiando os grandes e afirmando: não sou eu... voz que prepara os caminhos daquele que há de vir... (João 1,19-30).
Sonhos e sopros chegam até Maria e José, os pastores, os estrangeiros sábios. Sonhos e sopros que desafiam o comodismo e exigem coragem para vislumbrar e pisar em caminhos novos, na certeza que caminhando se abrem caminhos (Mt 1 e 2). Sinais de anjos, sonho, sopros que se por um lado pedem obediência a Deus, em contraparte pedem a desobediência à lógica social e religiosa da época.
Sinais, anjos, sonhos, sopros que interrogam: no barulho da nossa vida sabemos fazer silêncio para escutar o sopro de Deus nas anjas, anjos, que nos visitam? Sabemos reconhecer e acolher o sonho que Deus soprou no nosso sonho e no nosso coração? Com coragem o cultivamos no nosso cotidiano, na certeza que estamos fazendo história?
Isaías, João Batista, Maria souberam desobedecer para obedecer, escutar intensamente a voz de Deus na sua história; tiveram a coragem de enfrentar a vida e viver o sussurro da anja, o sonho de Deus e fizeram história.

• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa a Comunidade e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com a Comunidade
O que importa è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus glorioso
Encontraremos a fragilidade
De uma menina de um menino
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco está presente
Nos marginalizados pelas estruturas
No irmão que por medo
Olha ao outro como estrangeiro.
No diferente que virou inimigo.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança

Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!