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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Liturgias Celebração de Advento I


José: Construindo o homem novo (Mt 1,1-17)   

(Providenciar pão para ser abençoado e partilhado; a coroa com as quatro velas do Advento, a árvore e o menino Jesus, água perfumada e Bíblia; pedacinhos de papel (de várias cores e formatos) para cada pessoa que participa escrever as Boas-Novas/Boas Realidades da semana, que serão penduradas na árvore de Natal e um cartaz com a seguinte frase em letras coloridas: OUTRAS RELAÇÕES POSSÍVEIS: É NATAL!)

Animador/a: Dar as boas-vindas a cada uma e a cada um!
Que bom nos reunir para nos preparar bem para o Natal! Natal é tempo de alegria, de espera... Tempo de perfume novo. Convidamos algumas crianças do grupo para passar água perfumada na mão de cada pessoa, como símbolo de preparação para o novo que está chegando. (Crianças passam água perfumada.)

Acender UMA vela

A Paróquia são Lucas também está engajada na Campanha Mundial ‘16 Dias de Ativismo’. Toda a Comunhão Anglicana tem se comprometido com esta campanha e na IEAB, as dioceses também estão se engajando em suas várias instâncias para a superação da violência e pela dignidade humana.
Abaixo alguns materiais da campanha para reflexão:

Com José, não temos medo de sonhar (Mt 1,18-25)

Advento - espera militante II Domingo


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(Providenciar pão para ser abençoado e partilhado; a coroa com as quatro velas do Advento, a árvore e o menino Jesus, água perfumada e Bíblia; pedacinhos de papel (de várias cores e formatos) para cada pessoa que participa escrever as Boas-Novas/Boas Realidades da semana, que serão penduradas na árvore de Natal e um cartaz com a seguinte frase em letras coloridas: OUTRAS RELAÇÕES POSSÍVEIS: É NATAL!)

Animador/a: Que bom que vocês vieram participar desse nosso encontro em preparação para o Natal de Jesus. Sejam bem-vindos e bem-vindas. Queremos alimentar aqui os nossos sonhos e as nossas esperanças de um mundo de paz e reconciliação, sem guerras e violências, sem brutalidades. Neste tempo de Advento, de espera ativa, vamos construindo novas relações entre homens e mulheres, entre crianças, adultos e idosos, entre os povos... sendo sinal da presença de Jesus em nosso meio.
Acender DUAS velas
(Uma pessoa da família acolhe os participantes e acende as duas velas, rezando a oração abaixo.)

Atenção! Deus chega a cada momento! Mateus 24,37-44 [Carlos Mesters, Mercedes Lopes e Francisco Orofino]


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SITUANDO
Chegamos ao quinto Sermão da Nova Lei. Cada um dos quatro Sermões anteriores iluminou um determinado aspecto do Reino. O primeiro: a justiça do Reino e as condições de entrada (Mt 5 a 7). O segundo: a missão dos cidadãos do Reino (Mt 10). O terceiro: a presença misteriosa do Reino na vida do povo (Mt 13). O quarto: viver o Reino em comunidade (Mt 18). O quinto Sermão trata da vigilância em vista da chegada definitiva do Reino. Mateus segue o esquema de Marcos, mas acrescenta algumas parábolas que falam da necessidade da vigilância e do serviço, da solidariedade e do julgamento.
No fim do século I, as comunidades viviam na expectativa da vinda imediata de Jesus. Elas diziam: "Quando Jesus passar eu quero estar no meu lugar!" E se perguntavam: "Quando Jesus vier, será que vou ser tomada ou vou ser deixada?"  Havia um clima semelhante ao de hoje, em que muitos dizem: "O fim do mundo vai chegar logo!" E se perguntam: "O que fazer para não ser pego de surpresa?" A resposta a estas indagações e preocupações encontramos no Sermão da Vigilância.

COMENTANDO

terça-feira, 26 de novembro de 2013


Dia 23 de novembro, aconteceu em Londrina, na Paróquia S. Lucas, o lançamento da Cartilha “Prevenção e Enfrentamento à Violência Doméstica contra as Mulheres” publicada pelo Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD). A Revda. Lucia Dal Pont (pároca) organizou um devocional de abertura, seguido de uma apresentação institucional da Comunhão Anglicana, IEAB, DAC e SADD para os(as) convidados(as), e seguiu com a apresentação da cartilha, conteúdos e metodologia com a Profa. Evangelina Sanches. Estavam presentes algumas vereadoras do município, a secretária para a Mulher, um representante do Movimento Ecumênico de Londrina, além de paroquianos. Algumas perspectivas de parceria surgiram e a perspectiva de engajamento de mulheres da comunidade. 

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Para ver mais fotos clique AQUI!

Cristo, um rei servidor - Raymond Gravel


por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
Eis o texto.
Festejar Cristo, Rei do Universo, é uma outra maneira de celebrar a Páscoa. Essa festa termina bem o ano litúrgico. Sem morte-ressurreição, a festa de hoje não teria nenhum sentido. De que realeza estamos falando? Que tipo de rei reconhecemos? Como dizia o biblista Jean-Pierre Prévost: "Para ser honesto com vocês, devo dizer francamente que não tenho nenhuma prelileção particular pela realeza e que, em si, o título de rei aplicado a Jesus não é aquele que mais me inspira". Por essa razão, devemos redefinir a realeza, caso quisermos aplicá-la ao Cristo ressuscitado na Igreja de hoje; caso contrário, corremos o risco de associar Cristo a um monarca igual a todos os outros e que nos faria perder de vista o que Cristo foi e ainda é na Igreja de hoje. Infelizmente, alguns dirigentes da Igreja com frequência confundiram a realeza de Cristo com aquela dos homens, a ponto de deformar o rosto de Jesus. Felizmente, em cada época, houve discípulos, homens e mulheres, que souberam devolver ao Cristo a sua verdadeira realeza, que consiste em servir e não em ser servido.
1. A problemática da realeza

Um rei de amor - Marcel Domergue


por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
Rei sim, mas não como os outros
A Bíblia quer expressar algo indizível. Para isso, recorre então a diversos gêneros literários: o mito, a poesia, textos legislativos, relatos... Como o núcleo central visado por esta ronda de escritos nos escape sempre, as palavras usadas não têm mais o seu sentido habitual, nem mesmo a palavra "deus". Tomemos como exemplo a palavra "pastor", usada com referência a Davi, a quemDeus tirou de detrás do rebanho de ovelhas para fazê-lo pastor de seu povo, Israel: palavra que com freqüência designa o rei. Pastor esquisito, este. Mesmo sendo apenas um empregado, qualquer pastor normal vive de seu rebanho: as ovelhas o alimentam e o vestem com sua carne e sua lã. Mas, no caso do pastor bíblico, nada disto é o que acontece. No capítulo 10 de João, lemos que o verdadeiro pastor, ao invés de viver das suas ovelhas, é aquele que dá a sua vida por elas. O mesmo tipo de constatação se confirma para todas as palavras que designam o Messias e sua atuação, aí incluída a palavra "redenção" ou "resgate". O mesmo vale para o "Rei" e o seu "trono". Corremos o risco de ver este personagem como um ser à parte e que, por seu poder e autoridade, estaria muito distante de nós. E, no entanto, todo o relato bíblico nos vai direcionando para a figura de um "soberano" sem poder algum sobre os seus súditos, submetido às decisões destes até mesmo quando elas o levam à morte. Este que poderíamos imaginar ser uma espécie de autocrata cheio de vontades misteriosas, imprevisíveis e desconcertantes, revela-se enfim como o servidor. O primeiro se faz o último e o "Todo Poderoso" vem a nós sob a forma de "Todo Fraqueza".
"Este é o rei dos judeus"

Lembra-te de mim - José Antonio Pagola


por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
Segundo o relato de Lucas, Jesus agonizou em meio às zombarias e ao desprezo daqueles que o rodeavam. Ninguém parece ter entendido sua vida. Ninguém parece ter captado sua entrega aos que sofrem, nem seu perdão aos culpáveis. Ninguém viu no seu rosto o olhar compassivo de Deus. Neste momento, ninguém parece perceber naquela morte nenhum mistério.
As autoridades religiosas caçoam dele com gestos depreciativos: "A outros ele salvou. Que salve agora a si mesmo. Se é de fato o Messias de Deus, ‘o Escolhido!', Deus virá em sua defesa".

A ressurreição. Uma certeza ou uma esperança? Raymond Gravel

por Instituto Humanitas Unisinos (IHU)
Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico. Nós acompanhamos Jesus na sua subida para Jerusalém a partir do Evangelho de Lucas. Eis que hoje o Jesus do Evangelho de Lucas afirma que o nosso Deus não é o Deus dos mortos, mas dos vivos (Lc 20,38). Nós somos prometidos, portanto, não à morte, mas à Vida e esta Vida já começou. Isso deveria transparecer em nossos rostos de cristãos e de cristãs; nós devemos viver já em ressurreição. Nietzsche dizia: "Eu acreditarei nos cristãos no dia em que eles tiverem semblantes de ressuscitados".
1. O que é a Ressurreição?
Muitas pessoas, hoje, mesmo entre os cristãos, não acreditam na Ressurreição. Para alguns, a morte é o fim de tudo e a Ressurreição é apenas a resposta à recusa de morrer e o reflexo de uma ignorância persistente que se opõe à realidade científica. Outros, mesmo entre os cristãos, acreditam na reencarnação, isto é, nas sucessivas vidas que permitem às almas se purificarem, emprestando sucessivos corpos, até a divinização. Pessoalmente, acredito na Ressurreição e sei que a minha fé não é fruto da minha ignorância e que ela não se opõe à ciência. É evidente que a minha fé não é uma certeza, e é melhor que seja assim, porque os crentes seguros de si mesmos, são, muitas vezes, integristas e extremistas que impõem sua religião a todo o mundo... O que é contrário ao Deus de Jesus Cristo.
Bernanos dizia que sua fé estava cheia de dúvidas: "24 horas de dúvidas, menos 1 minuto de esperança". Mas que esperança! Uma esperança a toda prova, dizia Doris Lussier: "Eu não digo: eu sei; eu digo: eu creio. Crer não é saber. Eu saberei quando verei, como os outros. Se eu tenho o saber... E, além disso, depois de tudo, como eu disse um dia a um amigo descrente: tu sabes, nossas respectivas opiniões sobre os mistérios do além não têm grande importância. No que nós acreditamos ou não, isso não muda absolutamente nada da verdade da realidade: o que é e..., e o que não é não é, um ponto, é tudo. E temos de conviver com isso".
Por outro lado, se eu li bem o evangelho de hoje, me dou conta de que a Ressurreição não está na ordem da materialidade; ela não é, sobretudo, a reanimação de um cadáver que continua a viver como antes. E para provar isso, Jesus diz aos saduceus que tentam provar pelo absurdo a ideia da ressurreição, falando da lei judaica do levirato (Dt 25,5-6) que obriga o irmão de um morto a esposar a viúva desse para dar uma descendência ao seu irmão: "‘Mestre, Moisés escreveu para nós: Se alguém morrer, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de que possam ter filhos em nome do irmão que morreu. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem ter filhos. Também o segundo e o terceiro casaram-se com a viúva. E assim os sete. Todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. E agora? Na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa? Todos os sete se casaram com ela!'" (Lc 20,28-33).
Jesus denuncia esta concepção materialista da Ressurreição. Os saduceus não se dão conta de que sua maneira de abordar o problema supõe que Deus se serve do mesmo raciocínio que aqueles nos quais eles mesmos se trancaram. O exegeta francês Jean Debruynne escreve: "Eles querem fazer Deus entrar a qualquer preço em suas adições e subtrações. Mas a ressurreição não é, como supõem os saduceus, um retorno ao passado. Pelo contrário, é a entrada em uma outra vida. Ressuscitar não é voltar a ser como antes, é voltar a ser como depois. Não é tornar-se outro, é tornar-se outramente".
Mas atenção! Não são apenas os saduceus do tempo de Jesus que pensam dessa maneira. Seu raciocínio é o de muitos cristãos de hoje, que imaginam o além como aqui e que se representam a vida após a vida a partir dos conceitos materiais que correspondem à sua realidade e que eles transportam para o além, para o céu. Quantas vezes, sem se dar conta, os cristãos emprestam a Deus os sentimentos que são os seus, os desejos que habitam neles, os pensamentos que os tranquilizam e os julgamentos que fazem a balança pesar a seu favor. A Ressurreição é certamente uma vantagem em relação ao que se vive aqui e agora, e o importante não é saber, mas crer e esperar. No limite, mesmo que não houvesse nada depois da morte, poderíamos continuar a crer e a esperar. É exatamente o que uma mulher jovem com câncer disse a um jornalista que lhe dizia: "Se não há nada após a morte, você acreditou por nada, inutilmente!". Ela respondeu: "Se a fé meu ajudou a viver bem com o meu marido e os meus filhos, e se ela me ajuda a morrer bem, sem me revoltar, em que terei perdido meu tempo? Uma coisa é certa: eu não terei acreditado inutilmente!".
2. Ressurreição pessoal e coletiva
Nós não estamos sozinhos na Terra; somos coletividade, comunidade, humanidade. A nossa vida nós a recebemos uns dos outros. Nós somos seres de relação, de comunicação, de comunhão. Estamos em relação com toda a humanidade. É por isso que a Ressurreição não é somente pessoal; ela também é coletiva. São Paulo, na primeira Carta aos Coríntios, dizia: "Ora, vocês são membros dele, cada um no seu lugar" (1 Cor 12,27). "Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam de sua alegria" (1 Cor 12,26). Em seu livro ‘Céu! Para onde vamos?', André Myre escreve: "Nós fazemos parte uns dos outros, tanto para o bem como para o mal, para ser salvos ou para nos perdermos sozinhos. Se apenas um está perdido, então todos estão perdidos. Se um só é salvo, então todos são salvos. Ora, Cristo ressuscitou, portanto... Daí a grande serenidade dos primeiros cristãos. Eu contribuo para a salvação dos outros e eles para a minha".
Portanto, como cristãos, somos responsáveis uns pelos outros. André Myre acrescenta: "Nada do que os outros fazem pode me deixar indiferente. Quando estoura uma guerra, é a minha ressurreição que está ameaçada. Quando eu mato uma pessoa, é a sua ressurreição que está ameaçada. Quando a igualdade entre os homens e as mulheres é afetada, é o corpo da humanidade ressuscitada que é rompido. Quando um povo se liberta ou a democracia progride, é a esperança da minha ressurreição que aumenta. Quando um santo se levanta entre nós, é a nossa salvação que se afirma".
E o julgamento em tudo isso? É uma realidade importante que precisamos viver desde agora. Nossa humanidade é ferida pelas injustiças, pela opressão, pelas guerras. Nós devemos, pois, trabalhar para restabelecer a justiça e restaurar a paz, para que a Ressurreição ecloda no grande dia. Para chegar lá, precisamos reconhecer nossas falhas e repará-las, nossos erros e perdoá-los. Sem isso, a Ressurreição não pode ser plenamente alcançada. André Myre chama esse tempo de tomada de consciência, de arrependimento, de reparação e de perdão, o purgatório. Ele escreve: "O purgatório só faz sentido sobre o pano de fundo de um grande amor, por parte da grande humanidade reunida em um só corpo e tomando consciência de repente do grande amor de Deus por ela. O mal se pagará, mas o amor vencerá. Enfim."
A solidão corresponde, na perspectiva da responsabilidade coletiva da Ressurreição, ao que é o inferno: "E o inferno?, escreve André Myre. Ele terá sido uma grande solidão, solidão dos idosos ou dos abandonados, solidão dos drogados, solidão dos políticos felizes por fazerem guerra, solidão dos financistas ou dos homens de negócios sozinhos na cúpula e sem vínculos com ninguém, solidão dos homens religiosos que condenam os outros, em nome de Deus. Há tanta solidão!" Mas o inferno, se realmente existe, não pode ser eterno: "Será possível que um ser humano decide excluir-se eternamente da humanidade? Talvez, se ele foi abandonado à sua solidão. Mas se Deus é Deus, como poderá não intervir? Afinal, essa será a felicidade de todos os outros. Quem já amou ou foi amado ou desejou ser amado jamais estará perdido". Há matéria para reflexões!
Para terminar, podemos dizer com André Myre: "Morrer não é perder tudo, mas encontrar tudo".

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Fé e Política: “a missão mais importante é humanizar”, afirma Carlos Mesters



Foto: Fé e Política: “a missão mais importante é humanizar”, afirma Carlos Mesters

Por Jaime Patias

Com olhos e ouvidos atentos, os participantes do 9º Encontro Nacional Fé e Política abriram o coração para saborear as sábias reflexões do teólogo e biblista do povo, frei Carlos Mesters. A conferência encerrou o evento que reuniu quase três mil lideranças no feriado da República, dias 15 a 17 de novembro na Universidade Católica de Brasília (UCB), campus de Taguatinga Sul (DF), e teve como tema “Cultura do Bem Viver: Partilha e Poder”.

Carlos Mesters repassou textos bíblicos e contando histórias destacou a centralidade da palavra de Deus para a leitura da realidade. Comparou os vários cativeiros enfrentados pelo Povo bíblico com o cativeiro de hoje representado pelo capitalismo neoliberal que mata a vida. “Ouvimos que lá no Mato Grosso do Sul mataram índios só para se apropriarem de suas terras. Este é um cativeiro, mas mesmos assim nós temos esperança”, disse o teólogo e em seguida, enumerou sete passos da cultura do Bem Viver para a saída do cativeiro.

1. Uma nova visão sobre a natureza. “Neste ponto podemos aprender muito dos povos indígenas”, afirmou Mesters. “Nós podemos ser muito desobedientes a Deus, mas isso não impede o nascimento do sol, a sequência dos dias e das noites, o ciclo da lua, o sol que vem todos os dias, a chuva no tempo certo... O profeta Jeremias vê nisso, um sinal da fidelidade de Deus. Nós podemos romper com Deus, mas Ele nunca rompe conosco, basta olhar a natureza. Esse é o fundamento de tudo”.

2. Redescobrir a força da palavra. “Os indígenas veneram muito a palavra. E Isaías diz: ‘tudo é capim, tudo passa. A única coisa que permanece é a palavra de Deus’, recordou o biblista. “No cativeiro, a única coisa que eles tinham era a memória. A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é perder a memória e pior ainda é um povo perder a memória”, completou. “E os meios de comunicação hoje, pela maneira de apresentar a história muitas vezes apagam em nós a memória”. Mesters recordou que 50 anos atrás, quase ninguém tinha a Bíblia em casa e hoje todos têm. “Estamos recuperando a palavra de Deus. A palavra é para conversar e quando estamos nos círculos bíblicos estamos nos confrontando com a palavra de Deus. Isso é conversão, uma conversa grande”. E jogou com as palavras: “conversa = conversão”.

3. Redescobrir o amor eterno de Deus. “No cativeiro Jeremias ficava olhando o sol, a lua, as estrelas. Isso significa que por detrás da natureza está o amor eterno de Deus por nós. ‘Eu amei você com amor eterno. Por isso conservei o meu amor por você’ (Jr 31,3). ‘Pode a mãe se esquecer do seu bebê pode ela deixado de ter amor pelo filho de suas entranhas. Ainda que ela se esqueça, eu não me esquecerei de você’ (Is 49, 15). O amor é a melhor coisa que o nosso coração pode sentir. E quando somos amados, Deus faz nascer coisas novas no coração da gente”.

4. Uma nova experiência de Deus, uma nova imagem de Deus. “No cativeiro sem terra, sem templo, nem sacerdote, a única coisa que sobrou foi a família, o pai, a mãe, uma família quebrada, fraquinha, mas é o único lugar onde podem falar com liberdade. Nesse pequeno espaço da família eles experimentam Deus. Experimentam o amor de Deus e inventam nomes novos para Deus. Isso aparece somente em Isaías por quem Deus é chamado de Mãe, Pai, Marido e nós somos sua esposa. Ele é também o Irmão maior. É um Deus de família. Nas experiências da vida formamos a imagem de Deus. Depois de tantos anos de caminhada no Movimento Fé e Política, a nossa ideia de Deus melhorou ou não?”, perguntou Mesters.

5. Deus não escreveu um livro, mas escreveu dois livros. “No cativeiro não há vida, mas eles têm a palavra de Deus e lembram como Deus criou o mundo. Tudo o que existe é expressão de uma palavra de Deus. As estrelas, o sol, as pessoas, as crianças são a palavra de Deus. Santo Agostinho afirma que Deus escreveu dois livros e o primeiro não é a Bíblia, mas a vida, os fatos, os acontecimentos. E por causa da nossa mania de querer dominar tudo, as letras desse livro se atrapalharam, a gente não consegue descobrir Deus dentro da vida. Então para nos ajudar a ler a vida, Deus escreveu mais um livro que é a Bíblia que não foi escrito para ocupar o lugar da vida, mas para nos ajudar a ler a vida, descobrir Deus na vida. Santo Agostinho nos diz, a leitura da Bíblia todos os dias, é como um colírio que você coloca no olho. Colírio melhora a visão e com esse novo olhar de contemplação, somos capazes de decifrar o mundo.

Ontem foram lembradas as manifestações de ruas do mês de junho. Qual é a palavra de Deus que está nesse movimento? Qual é o apelo de Deus? Conversando, lendo a Bíblia a gente vai descobrir e aí fazemos do mundo uma ‘teofania’(manifestação de Deus) e o mundo se torna de novo transparente para nos falar de Deus. Nesse ponto também podemos aprender muito dos povos indígenas”.

6. Redescobrir a missão. “Quando viviam na Palestina, o povo de Deus pensava em ser um povo grande. Agora no cativeiro eles descobrem que a missão é servir. E fizeram uma cartilha para ensinar como servir. Em Isaías encontramos o Servo sofredor de Javé. Provavelmente Jesus leu muito estes textos do profeta sobre o serviço. ‘O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir’ (Mc 10, 45). Esta é nossa missão principal. Não estamos aqui para dominar”.

7. Descobrir uma nova pastoral, uma nova maneira de anunciar a Boa Nova. Carlos Mesters entende isso como “uma nova ação política, uma nova ação de convivência entre nós”. Ele destaca as seguintes palavras: ternura, diálogo, reunião, consciência crítica e alegria. “Ternura significa acolher as pessoas, respeitar. Para quem está sofrendo muito não adianta chegar com imposição, tem que acolher, cuidar da ferida do coração. Não se impor, mas conversar para produzir o conhecimento, ser aprendiz. Na Igreja temos uma Encíclica chamada Mater et Magistra (Mãe e Mestra). Falta-nos outra chamada ‘Aluna e Aprendiz’. Fazer encontros, honrar o Sábado, tirar um dia por semana para conversar. Com consciência crítica o povo tenta aumentar a fé por dentro e diminuir o peso do sistema opressor. Hoje a gente lê a Bíblia e os acontecimentos com consciência crítica para achar a saída. Volta o equilíbrio e o povo renasce. E por fim temos a alegria!”. A dimensão da festa.

“O ponto de chegada é Jesus”. Mesters lembrou ainda que, o nome que Jesus mais gostava de usar para Ele mesmo era ‘Filho do Homem’ (83 vezes). “Jesus falou que era Rei apenas uma vez e meia. Jesus disse: ‘sim eu sou rei, mas não rei deste mundo’ (uma vez). Pilatos perguntou: o senhor é rei? Jesus respondeu: ‘é você quem está dizendo’. Então é pela metade. E nós temos a festa de Cristo Rei”, constatou para em seguida explicar o significado da expressão ‘Filho do Homem’. “Esse título vem do profeta Daniel (Dn 7) que descreve os impérios do mundo sob a figura de animais. Por que o império é animalesco, desumaniza. Basta ver o império neoliberal, não desumaniza a vida das pessoas? Os meios de comunicação continuam a colocar valores na cabeça da gente que desumanizam a vida. Na visão de Daniel, depois dos quatro impérios aparece a Reino de Deus apresentado com a figura de gente: ‘Filho do Homem’ que não é uma pessoa, mas o Povo de Deus, um povo humano. Precisamos saber humanizar. Esta é a missão mais importante que Deus nos dá. E Jesus assume esta missão. Ele quer humanizar a vida. Isso aparece o tempo todo nos Evangelhos”.

No encerramento dos trabalhos, um momento de mística retomou os símbolos da abertura: fogo, água, terra e ar. Dessa vez, a simbologia ganhou maior significado e força com uma dança guarani onde os participantes formaram um círculo para, de cabeça erguida, braços entrelaçados e pisadas firmes cantar a resistência da cultura do Bem Viver.

O ipê, árvore típica do cerrado foi símbolo do Evento. Uma última ação recordou as nove edições do Encontro Fé e Política ao plantar nove mudas da árvore na entrada principal do Campus da Universidade. Cada participante no evento recebeu nove sementes de ipê para multiplicar a ação em sua cidade. Isso para repor o carbono gasto em média por cada pessoa e educar para o cuidado com a natureza.

Por Jaime Patias

Com olhos e ouvidos atentos, os participantes do 9º Encontro Nacional Fé e Política abriram o coração para saborear as sábias reflexões do teólogo e biblista do povo, frei Carlos Mesters. A conferência encerrou o evento que reuniu quase três mil lideranças no feriado da República, dias 15 a 17 de novembro na Universidade Católica de Brasília (UCB), campus de Taguatinga Sul (DF), e teve como tema “Cultura do Bem Viver: Partilha e Poder”.

Carlos Mesters repassou textos bíblicos e contando histórias destacou a centralidade da palavra de Deus para a leitura da realidade. Comparou os vários cativeiros enfrentados pelo Povo bíblico com o cativeiro de hoje representado pelo capitalismo neoliberal que mata a vida. “Ouvimos que lá no Mato Grosso do Sul mataram índios só para se apropriarem de suas terras. Este é um cativeiro, mas mesmos assim nós temos esperança”, disse o teólogo e em seguida, enumerou sete passos da cultura do Bem Viver para a saída do cativeiro.

1. Uma nova visão sobre a natureza. “Neste ponto podemos aprender muito dos povos indígenas”, afirmou Mesters. “Nós podemos ser muito desobedientes a Deus, mas isso não impede o nascimento do sol, a sequência dos dias e das noites, o ciclo da lua, o sol que vem todos os dias, a chuva no tempo certo... O profeta Jeremias vê nisso, um sinal da fidelidade de Deus. Nós podemos romper com Deus, mas Ele nunca rompe conosco, basta olhar a natureza. Esse é o fundamento de tudo”.

2. Redescobrir a força da palavra. “Os indígenas veneram muito a palavra. E Isaías diz: ‘tudo é capim, tudo passa. A única coisa que permanece é a palavra de Deus’, recordou o biblista. “No cativeiro, a única coisa que eles tinham era a memória. A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é perder a memória e pior ainda é um povo perder a memória”, completou.

terça-feira, 19 de novembro de 2013



Ocorreu entre os dia 14 a 17 de novembro de 2013, na Casa Assunção, bairro de Sta. Teresa, na cidade do Rio de Janeiro o 32º Sínodo da IEAB. Estiveram presentes 56 delegados e delegadas das 9 Dioceses e do Distrito Missionário de todo o Brasil, representantes da UMEAB Diocesanas, visitantes ecumênicos e a equipe de trabalho, totalizando 90 pessoas.
A abertura solene do Sínodo ocorreu na noite da quinta-feira com a participação do Chefe de Operações da The Episcopal Church (Igreja Episcopal dos Estados Unidos), Bispo Stacy Sauls, que veio especialmente atendendo o convite do Bispo Dom Maurício Andrade. Bispo Stacy ressaltou a importância da Igreja do Brasil como importante parceira da Igreja Americana. Por fim, foi lida a Carta de Saudação do Arcebispo de Cantuária, Sua Graça Justin Welby. Ele destacou o trabalho do Bispo Primaz e trouxe sua solidariedade a IEAB nos episódios ocorridos na Diocese Anglicana do Recife e na Diocese Anglicana de São Paulo e reafirmou os laços com a Comunhão Anglicana. Igualmente confirmou sua visita ao Brasil em 2014.
Na sexta-feira, no Ofício Matutino, foi lida a Carta Pastoral da Câmara dos Bispos trazendo as diretrizes  para o Povo e Clero da IEAB. Logo após a abertura da 1a. Sessão Sinodal, ocorre a divisão das Câmaras de Bispos e de Clérigos e Leigos (CCL) para iniciar os trabalhos com suas respectivas Agendas. A CCL elegeu o seu novo Presidente, Sr. Fernando Hallberg Luiz, da Diocese Sul-Ocidental. Logo após a eleição, a CCL envia comunicado a Câmara dos Bispos sobre a eleição do Presidente.
A Câmara dos Bispos igualmente esteve reunida paralelamente e contando com a presença do Bispo Stacy. A Câmara envia a notícia para a CCL da escolha do Custódio do Livro de Oração Comum, a Reverendíssima Marinez Bassotto, Deã da Catedral Nacional. Pela primeira vez na História da Comunhão Anglicana, uma mulher é escolhida para ser Custódio do Livro de Oração.
As Câmaras voltam a se reunir em Sínodo para ouvir os Relatórios do Bispo Primaz Dom Maurício Andrade e do Secretário Geral Reverendo Arthur Cavalcante sobre atividades e finanças. Tanto o Bispo Primaz como o staff da Secretaria Geral receberam uma Moção de Agradecimento do Sínodo “[…] pelos serviços e dedicação […]” . Os trabalhos foram encerrados com um Ofício Religioso na Paróquia de São Paulo Apóstolo.
No sábado (16) as delegações puderam trazer suas avaliações e recomendações sobre os mais de 30 Relatórios das Comissões, Cargos e Grupos de Trabalho da IEAB.
O Sínodo Geral convocou oficialmente um Sínodo Extraordinário para Reforma Canônica que ocorrerá no Distrito Federal, em 2015. Outra decisão importante foi a aprovação que o interregno sinodal passará de 3 para 4 anos. A plenária também acolheu nesse mesmo dia as recomendações dos INDABAS e parabenizou o trabalho realizado pelo Centro de Estudos Anglicanos (CEA).
Durante os trabalhos da tarde as delegações elegeram o novo Bispo Diocesano da Diocese Anglicana do Recife, o Reverendo João Câncio Peixoto Filho. A Sagração já foi anunciada para o dia 14 de dezembro, na Catedral Anglicana da Santíssima Trindade.
As eleições prosseguiram agora para escolher o novo Primaz. Dois candidatos participaram desse importante momento, a saber: Dom Naudal Alves Gomes (Diocese Anglicana de Curitiba) e Dom Francisco de Assis da Silva (Diocese Sul-Ocidental). Após o primeiro escrutínio e início do segundo, a IEAB aclamou Dom Francisco o 8º. Bispo Primaz.
O Reverendo Arthur Cavalcante foi reconduzido para o serviço na Secretaria Geral da IEAB. O novo Conselho Executivo do Sínodo (CEXEC) passa a ser: BISPOS: Dom Maurício (DAB), Dom Flavio (DASP) e Dom Renato (DAP); CLÉRIGOS: Reverendo Paulo Duarte (DM), Reverenda Ana Maria (DSO) e Reverendo Marcos Barros (DAA), LEIGOS: Daniele Alzeman (DARJ), Cláudio Martins de Sousa (DAR) e Wesley Vergara (DAC).
A Celebração de Encerramento ocorreu na Catedral Anglicana do Redentor, no bairro da Tijuca, com uma Solene Cerimônia Eucarística. O novo Primaz foi oficialmente foi instalado. Na ocasião a Nova Diretoria da UMEAB (União de Mulheres Episcopais Anglicanas do Brasil) foi empossada para a gestão de 2013-2017: Sra. Christina Wnnischofer (DASP), Sra. Magali Kimpara (DASP), Sra. Odete Curtz Carvalho (DM), Sra. Vera Lúcia Silva (DSO), Sra. Beth Teixeira (DAA) e Sra. Sueli Santana (DAB).
Um momento muito especial foi as homenagens para Dom Maurício Andrade   pelos serviços prestados na Primazia durante 7 anos. Dom Maurício prossegue no pastoreio da Diocese de Brasília. A Secretaria Geral da IEAB agradeceu ao bispo emérito Dom Edmund Knox Sherrill, sagrado em 1959, inaugurando na entrada da Catedral, um placa em sua homenagem. Por fim, agradeceu a acolhida oferecida pela Diocese Anglicana do Rio de Janeiro pelo apoio oferecido a Igreja Nacional.
Um grande destaque foram os momentos de espiritualidade litúrgica promovidos pela Capelania do Sínodo e a utilização do Labirinto dos INDABAS. Foram utilizadas as orações que farão parte do novo Livro de Oração Comum. Um Ícone Pantocrator (Jesus Cristo) foi especialmente escrito (criado/pintado) a partir dos serviços religiosos.
Fonte: www.ieab.org.br

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D. Francisco de Assis da Silva, Primaz da IEAB

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Momento de espiritualidade no Labirinto

Mais fotos podem ser vistas AQUI! 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

CENTRO DE ESTUDOS ANGLICANOS Uma catequese sobre a homossexualidade*



Pelos Bispos Jack Spong (ECUSA) e Peter J. Lee (África
do Sul)
Escrita a pedido do Arcebispo de Cantuária,
George Carey.



Tradução de +Sumio Takatsu


Há cem anos não havia debates sobre a homossexualidade na vida
da Igreja Cristã. Hoje essa discussão acontece em toda a parte da
cristandade, às vezes, acima do solo, às vezes, debaixo do solo. Em
algumas partes de nossa Comunhão esse debate ameaça separar os
cristãos em campos de batalha. Em nossa Comunhão já ouvimos
ameaças de excomunhão de um lado, e, de outro, convites para
abandoná-la (a Comunhão Anglicana). Temos observado evidências de
que esse debate pode deflagrar palavras danosas e insolentes e até
condutas fisicamente violentas.

 Debaixo dessa discussão colocada em termos bíblicos, morais e
teológicos, acreditamos que há uma divergência na definição da
homossexualidade. Se esta for considerada atividade maléfica optada
pela gente moralmente depravada ou mentalmente doentia e condenada
por Deus, pela Escritura e tradição como sendo pecaminosa, então, a
Igreja dificilmente poderá acomodar-se com esse estilo de vida.
Acomodação seria, nesse caso, a violação de tudo que essa posição
mantém como sendo sagrado. Conforme essa definição, os adeptos
dessa posição considerariam qualquer tentativa de acomodação de gays
e lésbicas por parte de quem quer que seja na Igreja como sendo a
 *

sábado, 9 de novembro de 2013

SÃO SEMELHANTES A ANJOS

Domingo 10/11/2013 – Lc 20,27-38
Entender melhor o Evangelho deste 32º Domingo Comum (Lc 20,27-38) é um desafio que, com muita simplicidade, desejo encarar. Para isso, vou procurar ver de perto os personagens, depois situar o texto em seu contexto sócio religioso, literário e nas Sagradas Escrituras para aproxima-lo mais da nossa vida, hoje.
Situando
No capítulo 19 do seu Evangelho, Lucas nos informa sobre a chegada Jesus em Jerusalém, indo diretamente para o Templo. Ao entrar, ele expulsa os cambistas e comerciantes, dizendo-lhes: fizestes da Casa de Oração um covil de ladrões(19,46). Quer acabar com o sistema do templo como espaço ideológico de dominação das consciências e de exploração em nome de Deus (Lc 19,45-48). Esta atitude de Jesus acirra a oposição dos escribas e chefes dos sacerdotes, que procuravam prende-lo, mas não o faziam porque tinham medo do povo (Lc 20,19). Eles ficam à espreita e colocam olheiros para pegar Jesus em alguma atitude que pudesse justificar sua prisão e assassinatos.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

A vida depois da morte (Lucas 20,27-38) - Fernando Dupont

por IHU
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  O evangelho deste domingo traz à luz o antigo e sempre atual questionamento sobre o que acontece depois morte. Existe vida, ressurreição?
Jesus responde a esta pergunta. Mas, para entender sua resposta, precisamos conhecer um pouco sobre a fé na ressurreição no Primeiro Testamento.
Porque é dessa tradição veterotestamentária que bebe Jesus e os/as primeiros/as cristãos/ãs.
O texto explica claramente que os saduceus não acreditam na ressurreição. Eles se opõem ao pensamento inovador dos fariseus que afirmam a ressurreição, a existência de anjos e acreditam no juízo de Deus.
Quando lemos o Primeiro Testamento, descobrimos um Deus da vida e dos vivos. O livro do Deuteronômio O apresenta como "o Senhor da vida e da morte" (Deuteronômio 32,39).
O segundo livro dos Macabeus, em que se narra o martírio dos sete irmãos e sua mãe, expressa a esperança deles na ressurreição: "É o Criador do mundo que formou o homem em seu nascimento e deu origem a todas as coisas, que vos retribuirá, na sua misericórdia, o espírito e a vida..." (2 Macabeus 7,23).

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Como se deve orar: Uma meditação sobre o Pai Nosso - Martinho Lutero


Em primeiro lugar: Às vezes sinto que, por causa de ocupações ou pensamentos alheios, fiquei frio ou perdi a vontade de orar. Pois a carne e o diabo estão constantemente dificultando e impedindo a oração. Nesses momentos pego meu pequeno saltério, vou para o meu quarto ou, conforme o dia e a hora, para a igreja, em meio às pessoas. E passo a falar para mim mesmo, oralmente, os dez mandamentos, o credo e, dependendo da minha disponibilidade de tempo, diversas citações de Cristo, de Paulo ou dos Salmos, tudo coisas como as fazem as crianças.

É bom que, de manhã cedo, se faça da oração a primeira atividade, e de noite, a última. E cuide-se muito bem desses pensamentos falsos e enganosos que dizem: Espera um pouco, daqui a uma hora vou orar, antes ainda tenho que resolver isto ou aquilo. Porque com esses pensamentos a gente passa da oração para os afazeres que prendem e envolvem a gente a ponto de não mais sair oração o dia inteiro.

Amar a vida é doá-la - Marcelo Barros -


POR ADITAL
Os livros sagrados de muitas tradições espirituais têm essa mensagem. Os cristãos podem descobrir a mesma verdade no evangelho de Jesus. Há um modo de amar a vida que é apegar-se a ela, às vezes, até de modo obsessivo e egoísta. No entanto, outra forma de amar a vida e estar bem com ela é praticada por pessoas que se consagram aos outros e a causas mais nobres da humanidade.
Algumas fazem isso por puro amor e alegria de se doar. Outras, ao sentir-se ameaçadas por doenças, ou abatidas pela perda de entes queridos, enfrentam a dor e superam as dificuldades doando aos outros o que têm de mais caro e precioso: a própria vida. Nesses dias, ouvi de alguém que, em um diálogo pessoal, escutou do presidente Hugo Chávez, talvez já muito doente, a seguinte afirmação: "Dizem que o segredo da política é o poder. Não é verdade. A essência da verdadeira política é o amor".

sábado, 2 de novembro de 2013

MUTIRÃO ECUMÊNICO

Nos dias 18 a 20 de outubro, na “Vereda das Araucárias” em Almirante Tamandaré/PR (região metropolitana de Curitiba), ocorreu o Mutirão Ecumênico 2013 (Sulão VII), evento realizado pela CNBB mas organizado e executado ecumenicamente. Nesta edição, a organização ficou por conta do Movimento Ecumênico de Curitiba (MOVEC). O tema foi “Juventudes: tolerância e solidariedade num mundo pluralista” e o versículo motivador foi “Os velhos terão sonhos e os jovens terão visões” (Joel 3.1). O primeiro painel contou com presenças de pessoas militantes de organismos em defesa dos idosos e da juventude. Também houve a assessoria bíblica para o tema e muitos espaços de articulação entre as regiões. As celebrações foram intensas e emocionantes, com muita vibração. Nossa diocese estava representada pelo sr. Reginaldo Poli (Mov. Ec. de Maringá), Revda. Lucia Dal Pont (Mov. Ec. de Ldna e Coordenadora Metodológica do Encontro) e Revdo. Josué Flores (Mov. Ec. de Ctba). Além desses, tivemos representantes anglicanos do RS e SP. O encontro foi um grande marco para renovar nossa expectativa no Movimento Ecumênico e fortalecer os laços entre as pessoas e instituições.
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CEBI-PR: Velhos/as terão sonhos e jovens terão visões (Mutirão Ecumênico)


por Márcia, secretária do CEBI-PR
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Durante dois anos o CEBI, juntamente com várias igrejas cristãs e entidades, contribuiu na preparação do Mutirão Ecumênico Sulão VII.
Finalmente, na tarde do dia 18 de outubro, a casa Vereda das Araucárias, em Almirante Tamandaré, região Metropolitana de Curitiba (PR), foi ficando mais colorida alegre, cheirosa, barulhenta e encantadora. Jovens e Velhos foram chegando para refletir o tema Juventude, tolerância e solidariedade num mundo pluralista.
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Veio gente dos "quatro cantos": Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. O evento aconteceu entre os dias 18 e 20 de outubro e reuniu 210 pessoas, de oito diferentes igrejas: Anglicana, Batista, Católica, Presbiteriana Independente, Presbiteriana Unida, Luterana (IELB e IECLB) e Metodista.
Sob o lema "Velhos/as terão sonhos e jovens terão visões"(Joel 3.1 ou 2,28 cf.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Mateus 5,1-12: As bem-aventuranças como caminho de santidade - Ildo Bohn Gass

Felizes os que são pobres no espírito, porque deles é o reino dos céus (Mateus 5,3)


Jesus Mafa
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Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem bem-aventuradas. Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo (Levítico 19,2). A comunidade de Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: Sede perfeitos, como o Pai celeste é perfeito (Mateus 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus da misericórdia, a comunidade de Lucas formula assim o mesmo chamado: Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lucas 6,36).
Dia 02 de novembro é um dia especial em que milhões de pessoas refletem sobre todas as pessoas bem-aventuradas e que já se encontram na glória do Pai. Conforme a comunidade de Mateus, Jesus nos propõe oito bem-aventuranças como caminho de santidade e que já começa nesta vida.
Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mateus 5-7; 10; 13,1-52; 18; 24-25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da Lei, o Pentateuco. A Lei era considerada a expressão da vontade de Deus. No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver a Lei ao pé da letra. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da Lei. Diz que é o espírito da Lei que interessa e que ele consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22,34-40). Diz ainda que este espírito da Lei deve ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mateus 12,1-8; 23). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino. Se Moisés era o antigo mestre da Lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade.