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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Liturgias Celebração de Advento I


José: Construindo o homem novo (Mt 1,1-17)   

(Providenciar pão para ser abençoado e partilhado; a coroa com as quatro velas do Advento, a árvore e o menino Jesus, água perfumada e Bíblia; pedacinhos de papel (de várias cores e formatos) para cada pessoa que participa escrever as Boas-Novas/Boas Realidades da semana, que serão penduradas na árvore de Natal e um cartaz com a seguinte frase em letras coloridas: OUTRAS RELAÇÕES POSSÍVEIS: É NATAL!)

Animador/a: Dar as boas-vindas a cada uma e a cada um!
Que bom nos reunir para nos preparar bem para o Natal! Natal é tempo de alegria, de espera... Tempo de perfume novo. Convidamos algumas crianças do grupo para passar água perfumada na mão de cada pessoa, como símbolo de preparação para o novo que está chegando. (Crianças passam água perfumada.)

Acender UMA vela

(Uma pessoa da família acolhe os participantes e acende a primeira vela, rezando a oração abaixo.)
Bendito sejas, Senhor Deus de nossos pais e de nossas mães! Sempre acompanhas o povo nas alegrias e nas tristezas. És o Deus da vida e da esperança. Iluminas nossas vidas com a luz da ressurreição do teu Filho. No Advento, esperamos sua vinda. Que ele nos liberte das trevas do egoísmo. Queremos realizar um verdadeiro encontro com Jesus, na celebração do seu nascimento.

Todos: Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda teu povo com o teu esplendor!
(Pode-se cantar ou recitar.)
  
Oração inicial
Vamos até Belém,
como os pastores.
O importante é colocar-se a caminho.
E, se em lugar de um Deus glorioso,
encontrarmos a fragilidade
de uma criança,
não duvidemos
de ter errado o caminho.
O rosto amedrontado dos oprimidos,
a solidão das pessoas entristecidas,
a amargura
dos pobres da Terra
são os lugares onde Ele continua
a viver na clandestinidade.
É nosso dever procurá-lo.
Colocamo-nos, sem medo, a caminho,
semeadores e semeadoras de esperança.
  
Canto inicial
1: Estamos nos preparando para o Natal. Este tempo é chamado Advento - tempo de espera do novo. Natal é Deus que visita seu povo, arma sua tenda entre nós e anuncia a Boa-Notícia do Reino. Maria e José preparam a casa para acolher Jesus e nos convidam a construir novas relações entre mulheres e homens. Uma nova humanidade está para nascer!
(Alguém ergue a imagem do menino Jesus e coloca perto da árvore de Natal.)
Todos: Ó vem, Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
2: Natal é Deus que se faz gente e vem morar com a gente. Deus se faz gente na "casa" de Maria e de José de Nazaré. José, esposo de Maria, é homem simples e camponês da Galiléia, criado segundo os costumes e as leis da sua religião. Na casa de José com Maria inicia-se uma nova genealogia, é a genealogia que nomeia mulheres que rompem com o poder violento e patriarcal. Na casa de José, não mais só de José, mas também de Maria, é gerado o novo Homem, Jesus, o Filho de Deus. Na casa de José e de Maria Deus se faz gente.
Todos: Ó vem, Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
3: Casa é lugar de aconchego, de acolhida, de partilha e de serviço. Nas nossas realidades cotidianas, casa é também, muitas vezes, lugar de violência, de mando e abuso. Em nossas realidades, muitos homens fazem da casa lugar de violência e silenciam dessa forma crianças e mulheres. Assim era também no tempo de José. Assim era também nesse conto de genealogias, isto é, história de pais com as crianças e as mulheres. José rompe com a regra que fazia de muitos homens os senhores da vida e da morte de crianças e mulheres. José se faz casa que acolhe, que escuta, que dialoga e serve. José reconhece a possibilidade de ser Maria construtora de outras relações possíveis. Na casa de Maria e José, casa reinventada nas possibilidades das relações, Deus vem visitar e habitar com o seu povo.
Todos: Ó vem, Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
4: Na língua antiga de Maria e de José, "casa" é "bet", tem a mesma raiz da palavra construir e da palavra "ben", isto é, "filho". Novas gerações se constroem como se constrói uma casa. Precisamos do trabalho do dia-a-dia, do suor do cotidiano, do compromisso de cada uma e de cada um. Precisamos desmanchar para construir algo novo, melhor, mais acolhedor. Para construir casa e relações, precisamos sonhar. Chegou o tempo da "nova geração"! Tempo de uma nova "casa", tempo de uma nova ecologia! Tempo de uma nova geração de homens e mulheres que vivem relações no exercício do poder que é serviço, das relações circulares, entre iguais e com a terra. Chegou o tempo da "casa" de Deus com seu povo, "casa" da acolhida, "casa" como espaço, onde todos e todas têm vez, têm voz, têm lugar e, por isso, é "casa" em que Deus faz sua morada.
Todos: Ó vem, Senhor, não tardes mais, vem saciar nossa sede de paz!
5: Vamos ouvir um texto bem do começo do Evangelho da comunidade de Mateus. Um texto que traz tantos nomes e dentre tantos nomes de homens são nomeadas algumas mulheres. A primeira delas é Tamar (Gn 38), ela é ferida pelo patriarca Judá nos seus direitos de herança e vida digna. Tamar não se acomoda com a injustiça e com os meios e possibilidades de seu tempo, procura um caminho de saída para o reconhecimento de seus direitos. A segunda mulher é Raab (Jz 2), mulher acolhedora do projeto de libertação e da terra prometida. Mulher prostituída por causa da opressão na periferia da cidade. Mulher que não esquece de cuidar e defender os pequenos. A terceira é a estrangeira Rute. Mulher sem terra e sem direitos, que luta pelo direito de respigar e pelo direito de cuidar outras mulheres viúvas e indefesas. A quarta é Betseba (1Sm 11), mulher ferida na honra pela violência do rei Davi. Mulher emudecida no seu desejo. Mulher violada e assassinada no direito do cuidado do marido e do filho. Todas essas mulheres da genealogia são vítimas da violência patriarcal de alguns homens e tentam resistir contra essa violência. Coisa maravilhosa acontece no final da genealogia da comunidade de Mateus. Agora não existem mais homens violentos senhores de mulheres. É nomeado um homem simples, do campo, não é senhor de uma mulher, não é mais senhor de todo poder de decisão. É simplesmente José. É José porque é esposo de uma mulher, Maria..., outros poderes são possíveis: o poder que vence a violência! Vamos nos preparar para acolher este texto, cantando:
  
Canto de acolhida da Palavra da Bíblia
  
Palavra da Bíblia: Mateus 1,1-17
  
Para conversar
1. Conhecemos histórias parecidas com as histórias das mulheres elencadas na genealogia de Jesus? Poderíamos partilhar essas histórias?
2. Como são as relações dentro de nossas casas? Os homens do grupo poderiam falar sobre como José é relatado neste texto da genealogia?
  
Animador/a: José e Maria. José, na simplicidade de um homem trabalhador, ousa no cotidiano de sua vida recriar relações, enfrenta o poder dominante, ensaiando novas relações com Maria. Busca com ela construir e gerar nova humanidade. Depois de 42 gerações, agora chegou o tempo de uma nova geração. Geração de homens-Josés e mulheres-Marias cheios e cheias, grávidos e grávidas de desejos e de coragem de novidade, de Boas-Novas, de Evangelho, de Jesus.
  
A reflexão se torna oração: Salmo 85(84)
Voltando do cativeiro para a terra prometida, o povo agradece ao Senhor e implora para ele que complete a salvação.
Aos caminhos de Deus vamos todos,
Terra boa de se caminhar,
Deus-Conosco, seu nome mais lindo,
Entre irmãos vamos todos cantar.
Foste amigo, antigamente, desta terra que amaste.
Deste povo que acolheste, sua sorte melhoraste.
Perdoaste seus pecados, tua raiva acalmaste.
Vem, de novo, restaurar-nos! Sempre irado estarás,
Indignado contra nós? E a vida não darás?
Salvação e alegria, outra vez, não nos darás?
Escutemos suas palavras, é de paz que vai falar.
Paz ao Povo, a seus fiéis, a quem dele se achegar.
Está perto a salvação, e a glória vai voltar.
Eis: Amor, Fidelidade, vamos unidos se encontrar,
Bem assim, Justiça e Paz, vão beijar-se e se abraçar.
Vai brotar Fidelidade, e Justiça se mostrar.
E virão os benefícios, do Senhor a abençoar,
E os frutos do amor, desta terra vão brotar.
A justiça diante dele, e a Paz o seguirá.
Glória ao Deus do universo, ao que vem, glória e amor.
Ao Espírito cantemos, sua ternura se mostrou,
Ao Deus vivo celebremos a alegria do louvor.
  
Oração comunitária
(Preces...)
Pai-Nosso Ecumênico
Bênção do pão/alimentos: Queremos agora pedir a bênção de Deus sobre esse pão(alimentos, se houver...), fruto de nosso trabalho e da bondade da terra. Vamos estender nossas mãos e cantar (orar juntos...) a bênção:
1. Abençoa, ó Senhor,/ esta nossa refeição.
/: É bendito quem plantou,/ é bendita quem colheu
E também quem cozinhou. :\
Refrão: Somos, ó Senhor,/ somos teu povo/ a plantar, a trabalhar
E com alegria quem colheu com o irmão vem partilhar.
2. Se sozinhos somos fracos,/ se unir ficamos fortes
/: Pra que todos tenham pão (bis), justiça e libertação. :\
(Paródia com a música Bendito dos Romeiros, de Zé Vicente)
  
Animador/a: Antes de partilharmos o pão, vamos escrever nos papeizinhos e partilhar as Boas-Novas que queremos pendurar na nossa árvore de Natal.

(Partilha de Boas-Novas, do pão e dos alimentos, e abraço da Paz... Avisos e programação do próximo encontro...)

Oração final
Ó vem, Senhor, não tardes mais!
Vem saciar nossa sede de paz!
Ó vem, como chega a brisa do vento,
Trazendo aos pobres, justiça e bom tempo!
Ó vem, como chega a chuva no chão,
Trazendo fartura de vida e de pão!
Ó vem, como chega a luz que faltou.
Só tua palavra nos salva, Senhor!
Ó vem, como chega a carta querida,
Bendito carteiro do reino da vida!
Ó vem, como chega o filho esperado.
Caminha conosco, Jesus bem-amado!
Ó vem, como chega o libertador.
Das mãos do inimigo nos salva, Senhor!
(Zé Vicente)

Canto final

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