Parece que os convites que Jesus recebe para tomar refeição sempre têm uma intenção e que nem sempre é por amizade. Neste texto, a intenção é evidente: querem espiá-lo.
A intenção de vigiá-lo, talvez seja por sua liberdade frente à lei, questionando profundamente o legalismo farisaico. Assim fora na casa do fariseu Simão (Lucas 7,36ss) e na casa de outro fariseu, quando se sentou à mesa sem antes lavar as mãos (Lucas 11,37ss). Na primeira vez, ele comparou o fariseu com a pecadora, e o fariseu saiu perdendo. Parece que Simão não sabia amar com a mesma intensidade daquela mulher. A outra vez, vendo o olhar espantado do fariseu, provocou uma discussão danada sobre a hipocrisia com que era praticada a lei. Referindo-se a fariseus, Jesus até usou esta expressão: "sois túmulos disfarçados, sobre os quais se pode transitar, sem o saber!" Será que, ao escutar por cinco vezes "ai de vós", a comida ainda continuou a descer saborosa por seu esôfago, ou ficou presa na garganta?