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sexta-feira, 20 de junho de 2014



 Evangelho: Mateus 10(16-23) 24-33

Essa perícope, dirigida inicialmente aos apóstolos, anunciava que o destino que
os aguardava não seria diferente daquele do mestre: perseguição e martírio. Por isso
Jesus recomenda como virtudes, a prudência e cautela das serpentes e a simplicidade
das pombas.
Aqui há ecos dos relatos da paixão de Cristo. A redação certamente é posterior
ao ano 70. Fala de perseguições, de interrogatórios “diante de reis e governadores”
tal como Jesus. Tudo indica que o redator estava justificando o que os discípulos já
estavam passando na época em que a redação foi concluída. Essa justificativa é
encontrada no fato de serem fiéis a Cristo. Se ele passou por tudo isso, seus
seguidores também não estariam isentos de tais problemas.

Martiria - A espiritualidade do testemunho - Mt 10,26-33 [Orofino]



Jornada de Jesus aos olhos do artista He-qi.<br>Fonte: Site do autor
O evangelho deste domingo está dentro do discurso de Jesus sobre a missão da comunidade cristã (Mt 10,1-42). Portanto, são palavras dirigidas aos discípulos e discípulas que assumiram o apostolado, que acolheram o chamado e o envio em missão. Infelizmente são poucos os discípulos e discípulas que assumem o apostolado. Até hoje. Após a escolha e o envio (Mt 10,1-4), Jesus dá um rumo à missão da comunidade (Mt 10,5-15). A missão não é tanto ir para longe, mas preocupar-se com as pessoas que estão perto e que precisam de apoio, carinho, solidariedade, ajuda. A missão da comunidade é dar prosseguimento à prática de Jesus em favor dos marginalizados pela religião oficial da época dele: os doentes, os leprosos, os possessos. As pessoas enviadas em missão devem anunciar o Reino de uma maneira simples e despojada, sem muitos artifícios de retórica ou de intelectualidade, muito menos em busca de resultados imediatos. Deus tem sua própria lógica.
Mas a mensagem não será transmitida sem conflitos (Mt 10,16). Os apóstolos são como ovelhas em meio a lobos. A imagem de lobo nas passagens bíblicas aponta para as autoridades dentro do povo de Deus. Jesus deixa claro que os apóstolos terão dificuldades com as autoridades religiosas dentro do judaísmo. Por isso, as comunidades devem ser antes de tudo, simples como pombas e prudentes como serpentes. Se o próprio Jesus enfrentou dificuldades com as autoridades religiosas, o mesmo vai acontecer com seus seguidores e seguidoras.

sexta-feira, 13 de junho de 2014


                                 

A Copa do Mundo e o Povo Brasileiro

Mensagem do Primaz da IEAB

Santa Maria, 11 de junho de 2014
Amanhã começa a Copa do Mundo no Brasil. O tema tem sido explorado de diversas formas e às vezes a ideologização do debate tem causado apaixonado conflito, especialmente neste ano de eleições.
Mas, o que devemos ver de fato? Enquanto evento, a Copa é uma oportunidade de congraçamento entre os povos. A paixão pelo esporte é muito saudável para a humanidade. O esporte tem sido meio, em muitos contextos, de dignificação da vida e da celebração da paz!
O que não devemos permitir, no entanto, é a mercantilização do esporte para afirmar ainda mais as desigualdades e injustiças. O futebol, em si, não tem culpa das mazelas que seus dirigentes e interessados na exploração capitalista do esporte tem reproduzido. Amantes do esporte não podem ser anestesiados no exercício de  sua cidadania.
Infelizmente isso tem acontecido nos últimos anos. Devemos garantir que o futebol não seja explorado como mercadoria pelas grandes corporações internacionais no afã tão somente de lucros.  Empresas e organizações de mídia tem capturado a beleza do esporte e auferido grandes lucros. A FIFA – que em tese é uma organização beneficente – vai lucrar 5 Bilhões do dólares com a Copa no Brasil. Os patrocinadores vão levar outro tanto. E o Brasil?

Ide! Eis que estou com vocês todos os dias! (Mateus 28,16-20) [Edmilson Schinelo]



O texto escolhido para meditarmos neste domingo é breve, mas extremamente denso! Trata-se da conclusão do Evangelho de Mateus, os cinco últimos versículos do capítulo 28. Depois que os Onze voltam à Galileia e sobem a montanha (v. 16), eles enxergam o Mestre e se prostram (v. 17). Jesus então se aproxima (detalhe importante!), diz que já recebeu toda a autoridade (v. 18) e envia seu grupo em missão (v. 19), mas com uma promessa: “estou sempre junto a vocês!” (v. 20).
De acordo com Lucas e João, Jesus se manifesta aos Onze, após a ressurreição, quando ainda estão na Judeia (Lc 24,1-49; Jo 20,19-29). No entanto, para Mateus (que se inspira no relato de Marcos), Jesus se despede dos Onze na região onde havia reunido o grupo para começar seu movimento: a Galileia. E, de novo, tal como no anúncio das bem-aventuranças (Mt 5,1), o encontro se dá numa montanha.
Foram à Galileia porque acreditaram no testemunho d’Elas                                                           
O relato é a sequência do que pode ser lido em Mt 28,1-10: Maria Madalena e a outra Maria tinham ido bem cedo ao túmulo, quando o anjo lhes diz: “Ide contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos e que vos precede na Galileia” (28,7). Elas partem depressa, com medo, mas com alegria, para anunciar aos demais

sexta-feira, 6 de junho de 2014

“O Espírito do Senhor me ungiu para anunciar a boa-nova aos pobres” (Lc 4,16-21) - Ildo Bohn Gass



Movido pelo Espírito de Deus...
Na sequência, o evangelho deste domingo apresenta um resumo da prática de Jesus de Nazaré (Lucas 4,14-15). Ele vivia em meio a seu povo, participando de sua vida de fé. Ensinava nas sinagogas da Galileia, na periferia da Palestina. Toda sua missão é movida pelo dinamismo do Espírito (Lucas 3,22; 4,1.14.18). Para as comunidades de Lucas, a ação de Jesus é inseparável do Espírito profético, o Espírito de Deus. Convém que tenhamos presente que a força do Espírito do Senhor também conduziu João Batista e Maria, Isabel e Zacarias, Simeão e Ana (Lucas 1,15.35.41.67; 2,25-27.36).
Apresentando a missão de Jesus dinamizada pela força do Espírito, a comunidade lucana nos desafia a que também nós abramos nosso coração ao Espírito Santo e nos coloquemos a seu serviço, a serviço da libertação de todas as formas de opressão, promovendo a vida.
... para libertar os pobres...

João 20,19-31 - A missão da comunidade:




 
1. Olhar de perto os acontecimentos da nossa vida

No evangelho de hoje, vamos meditar sobre a aparição de Jesus aos discípulos e a missão que eles receberam. Eles estavam reunidos com as portas fechadas porque tinham medo dos judeus. De repente, Jesus se coloca no meio deles e diz: “A paz esteja com vocês!” Depois de mostrar as mãos e o lado, ele diz novamente: “A paz esteja com vocês! Como o Pai me enviou, eu envio vocês!” Em seguida, lhes dá o Espírito para que possam perdoar e reconciliar. A paz! Reconciliar e construir a paz. Esta é a missão que recebem. Hoje, o que mais faz falta é a paz: refazer os pedaços da vida, reconstruir as relações quebradas entre as pessoas. Sobretudo agora neste ano do jubileu! Relações quebradas por causa da injustiça e por tantos outros motivos. Jesus insiste na paz. Repete várias vezes. As pessoas que lutam pela paz são declaradas felizes e são chamadas filhos e filhas de Deus (Mt 5,9).

     1.1 Situando

Na conclusão do capítulo 20 (Jo 20,30-31), o autor diz que Jesus fez “muitos outros sinais que não estão neste livro. Estes, porém, foram escritos (a saber os sete sinais relatados nos capítulos 2 a 11) para que vocês possam crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e, acreditando, ter a vida no nome dele” (Jo 20,31). Isso significa que, inicialmente, esta conclusão era o final do Livro dos Sinais. Mais tarde, foi acrescentado o Livro da Glorificação que descreve a hora de Jesus, a sua morte e ressurreição. Assim, o que era o final do Livro dos Sinais passou a ser conclusão também do Livro da Glorificação.

2. Comentando

     2.1 João 20,19-20: A experiência da ressurreição