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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A parábola do capataz desonesto (Lucas 16,1-8) - Francisco Orofino

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Nossa primeira impressão diante deste texto é de certa indignação. Afinal, ao nos contar esta parábola (Lucas 16,1-8), Jesus elogia o comportamento de uma pessoa corrupta e desonesta. Nossa reação imediata é fugir da proposta da prática pedagógica de Jesus e procurar palavras e desvios que nos ajudem a superar o elogio ao corrupto e dar uma interpretação mais moralista às conclusões de Jesus. Sem dúvida a parábola nos incomoda. Mas temos que partir deste ponto: Jesus nos conta uma parábola e nesta parábola elogia a criatividade de alguém que faz qualquer coisa para não perder sua situação de viver e enriquecer sem precisar trabalhar. Algo que qualquer um de nós gostaria de fazer todo dia: como ganhar dinheiro sem fazer força? Jesus quer nos ensinar que deveríamos ter esta mesma criatividade e empenho para ganharmos o Reino de Deus!
Vamos começar buscando entender a proposta pedagógica de Jesus nesta parábola. Ele descreve uma situação muito comum na Palestina daquela época: as terras, que são de um proprietário que mora distante, foram confiadas a um capataz. Muitos proprietários confiavam a administração dos bens e a organização dos trabalhos agrícolas a um capataz. Este, evidentemente, desvia dinheiro do patrão em proveito próprio e submete os trabalhadores a duros encargos para garantir não apenas o lucro do patrão, mas também o dinheiro desviado por ele. Pelas inúmeras vezes que esta figura aparece nas parábolas de Jesus, vemos que naquela época os administradores, capatazes, intermediários e feitores eram muito odiados pelos trabalhadores diaristas. E não podia ser diferente. Afinal, infernizavam a vida dos trabalhadores e roubavam o dinheiro do patrão. Até hoje!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Texto: Revda. Lucia Dal Pont Sirtoli Apoio: Comissão Diocesana de Comunicação


  IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL DIOCESE ANGLICANA DO PARANÁ

SABER CUIDAR!






Cuidar, uma palavra profunda, parte da essência humana que nos leva a refletir sobre os descuidos que vivemos hoje com toda criação. Nossa sociedade é chamada sociedade do conhecimento, da comunicação e da tecnologia avançada. Está cada vez mais criando contraditoriamente, incomunicação e solidão entre as pessoas. A Internet pode conectar-nos com milhões de pessoas sem precisarmos encontrar alguém. Pode-se comprar, pagar as contas, trabalhar, pedir comida, assistir a um filme, sem falar com ninguém. Para viajar, conhecer países, visitar pinacotecas, não precisamos sair de casa. Tudo vem a nossa casa via on line.
A relação com a realidade concreta, com os seus cheiros, cores, frios, calores, pesos, resistências e contradições, é mediada pela imagem virtual, que é somente imagem. O pé já não sente o macio da grama verde, da terra molhada. A mão já não pega num punhado de terra. As árvores e flores ficaram distantes. O mundo virtual criou um novo habitat para o ser humano caracterizado pelo individualismo, fechamento em si mesmo, falta de toque, do tacto e do aconchego humano. Para as pessoas que estão desesperadas, doentes, com auto-estima baixa, e não tem quem as ouça, acabam por perder o pouco de energia que ainda resta. Esse modelo de vida afeta a pessoa naquilo que ela possui de mais fundamental, o psicológico, causando um desequilíbrio, perdendo a harmonia dentro do ciclo da criação, gerando depressões, desencadeando várias doenças físicas. O cuidado e a compaixão se perderam em meio ao individualismo.

Com Jesus, para uma outra economia Por José Antonio Pagola San Sebastián, País Basco, Espanha

Com Jesus, para uma outra economia


Por la Justicia. Mural de Mino Cerezo Barredo em el santuario del Mártir de la Caminata, en Ribeirão Cascalheira, Mato Grosso. Foto: Mino Cerezo Barredo



1. Caminhando nos passos de Jesus

• Movidos pelo Espírito de Jesus.
O Espírito de Deus conduz a Jesus até os últimos. Eles hão de ser os primeiros a experimentar essa vida mais digna e livre que Deus quer para os seus filhos e filhas. «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu. Enviou-me a anunciar aos pobres a Boa-Nova, a proclamar a libertação aos cativos e a vista aos cegos, a dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano da Graça do Senhor» (Lucas 4,16-22).
Estes quatro grupos de pessoas, os «pobres», os «cativos», os «cegos» e os «oprimidos» são aqueles a quem Jesus mais leva dentro do seu coração de Profeta do Reino. No mundo fala-se de «democracia», «direitos humanos», «progresso», «bem-estar»… Jesus pensa nos últimos e fala de trabalhar por uma vida livre que brote a partir deles. Movidos pelo Espírito de Jesus só podemos trabalhar por uma economia que seja «Boa-Notícia» para os pobres, «libertação» para os escravos, «luz» para os cegos, «graça» para os desgraçados.
• Com indignação e esperança.

Mês de Setembro

Queridas irmãs e irmãos,
 Carta de nosso bispo diocesano para setembro!
Espero encontrar vocês no domingo para celebrarmos a vida e o serviço!
Com Carinho!
Revda Lucia

Estimados reverendos/as,

Paz e Bem!

Já faz alguns anos separamos o mês de Setembro para lembrar nosso compromisso com a diaconia, com o serviço. É uma das prioridades da diocese. Reiteradamente nas cartas pastorais e relatórios do bispo, tenho afirmado a importância de que sejamos uma igreja que SERVE. Tudo o que temos e somos precisa necessariamente estar a serviço da Missão de Deus.

BEM AVENTURADOS OS POBRES


Bem aventurados os pobres,
Não por sê-lo ou por acomodar-se à pobreza,
Mas porque nela e através dela
Colocam sua confiança no grande tesouro
Que se esconde para além das honras e riquezas materiais,
Coisas que aprisionam o coração e a alma,
E que são corroídas pela traça e facilmente roubadas.
Bem aventurados os que choram,
Não porque o pranto seja sinônimo de felicidade,
Mas porque cada lágrima, dolorida e salgada,
Traz consigo justamente o sal da sabedoria,
Acumulado pela provação e pela experiência,
O qual faz relativizar o que é secundário
E ater-se àquilo que é absoluto e eterno.

Ternura e misericórdia de Deus (Lucas 15,11-32) - Carlos Mesters e Mercedes Lopes

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No texto de hoje, vamos refletir sobre uma parábola que Jesus contou para ajudar as pessoas a fazerem uma ideia de Deus como Pai cheio de ternura. No tempo de Jesus, a ideia que o povo fazia de Deus era de alguém muito distante, severo, como um juiz que ameaçava com castigo. Jesus revela uma nova imagem de Deus.
                                                    

SITUANDO
O capítulo 15 do Evangelho de Lucas é um ponto central na longa caminhada de Jesus para Jerusalém. É como o alto da serra, de onde se vê o caminho percorrido e se enxerga o caminho que ainda falta. É o capítulo da ternura e da misericórdia acolhedora de Deus, que está no centro das preocupações de Lucas. As comunidades devem ser a revelação do rosto deste Deus para a humanidade.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A prioridade e as renúncias para seguir Jesus (Lucas 14,25-33) Ildo Bohn Gass


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O evangelho da liturgia deste final de semana apresenta Jesus colocando as condições fundamentais para quem quer segui-lo no caminho da cruz. Diante da prioridade do seguimento, todo o resto se torna relativo.
Jesus está a caminho de Jerusalém. Virando-se para a multidão que o seguia, ele deixa claro que o caminho do seguimento é exigente e demanda renúncias. É uma opção radical. Nesse sentido, a proposta do discipulado não é para a multidão, a "massa". A militância por vida plena é uma decisão para pessoas livres de tudo o que escraviza. Jesus diria que as pessoas que optam pelo reino são como o "fermento" que transforma a massa (Lucas 13,21). A decisão pelo reino não é de facilidades. Talvez seja por isso que poucas pessoas decidam seguir pelo caminho proposto por Jesus.
1 Seguir Jesus exige renúncias
1.1 Renunciar a família (Lucas 14,26)
Uma das cláusulas que Jesus estabelece para as pessoas que o querem seguir é desapegar-se dos laços afetivos com a família, da segurança que a família proporciona. A prioridade é o seguimento. A família é secundária. Conforme a comunidade de Lucas, Jesus usa o verbo "odiar" em relação aos familiares (Lucas 14,26). É palavra forte. Aqui, no entanto, odiar quer dizer colocar em segundo plano diante de algo prioritário. Para Jesus, as relações familiares não podem impedir a adesão ao projeto do reino. Este é a prioridade.