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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A vinha é boa... Os chefes é que são ruins (Mateus 21,33-43)

setembro de 2011 - 9h48min - Pe Luis sartorel

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Muitas comparações foram feitas para falar das atitudes e da história do povo de Israel e da sua relação amorosa (mas cheia de tempestades) com o seu Deus. A alegoria da vinha que encontramos no profeta Isaías (Is 5,1-7) era entre as mais conhecidas pelo povo. A vinha é Israel, cheia de ingratidão porque não produz os esperados frutos de justiça, e sim violência e opressão, apesar de todos os cuidados que Deus tem para com ela. Esta alegoria aparece de novo no cap. 21 do evangelho de Mateus. Em Mateus, para compreender melhor o desenvolver do drama, podemos notar a sequência das narrativas no capítulo 21: Jesus entra em Jerusalém (Mateus 21,1-17) e vai logo ao templo para expulsar os vendedores, entrando em conflito direto com os chefes do povo. Em continuidade, vem outra metáfora do povo e suas instituições, o episódio da figueira estéril (Mateus 21,18-22). Depois, segue a parábola dos dois filhos e o debate de Jesus com as autoridades sobre o batismo de João (Mateus 21,23-27), para, enfim, chegar ao texto deste domingo, onde Jesus retoma a imagem da vinha. É, portanto, um capítulo onde os conflitos vão se aguçando fortemente, tornando Jesus cada vez mais incômodo para as autoridades.


A história poderia ser diferente

Jesus retoma esta alegoria, mas mudando o acento: ele não acusa a vinha de não produzir uva, como o texto de Isaías, e sim os agricultores, os responsáveis pela produção. São os arrendatários que desviam o fruto da videira e sonegam o pagamento ao patrão. Mas aqui é bom fazer uma distinção e, para entender melhor, vou contar uma história.

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Arte: Neiva Passuello

Antigamente, na região do mediterrâneo, quando era a época da colheita da uva, as famílias dos agricultores se juntavam para fazer uma vindima mais rápida e fazer um trabalho de mutirão nas terras dos vizinhos. Muitas vezes participavam deste mutirão também pessoas que não tinham terra e sempre havia muitas crianças pulando, brincando e querendo ajudar a colher a uva. Ao final do dia, os arrendatários arrumavam um saco e colocavam dentro alguns cachos de uva para este povo levar para casa e as crianças poderem comer, dizendo aos amigos: "Levem, enquanto o patrão não vê". É claro que, se fosse por ele, o patrão, nem um grão desta uva seria doado, porque só ele "tem direito" ao lucro. Assim, eu acredito, Jesus tinha vivido no seu tempo de criança: participando de uma festa feita com os dons da caridade escondida, mas que vem do coração e que se preocupa com a vida do povo. A ganância do patrão se preocupa somente com o lucro e não com a vida das pessoas que trabalham na sua terra.

Por isso, Jesus não acusa a vinha (isto é, o povo) de não produzir frutos, mas acusa diretamente os que são responsáveis pela organização e pela produção deste mesmo povo. Este aspecto pode ser entendido melhor se a gente pensa no dono da vinha como sendo Deus, os arrendatários sendo os chefes do povo, enquanto a vinha é o povo que deve ser conduzido.

Continuando com a comparação feita na história, o povo simples, representado pelos agricultores que trabalham a terra e cultivam a videira, pode até errar, mas sempre tem no fundo do coração uma atitude de defesa da vida, de compreensão e partilha com o irmão sofredor. Os que estão dispostos a destruir, mentir, perseguir e até matar são justamente os que têm construído os valores de suas vidas em cima da opressão e da exploração do povo. O fruto da vinha, uva que deveria ser fonte de alegria e vida, se torna assim fonte de destruição e morte.

Jesus também veio para a colheita... mas foi jogado fora!

Compreende-se melhor agora porque os emissários do dono (os profetas ao longo da história de Israel) foram maltratados, e até o próprio filho foi "jogado fora da vinha" e matado. Assim também Jesus, quando veio para reclamar os frutos da justiça e proclamar o ano de graça do Senhor (Lucas 4,16-21), foi "jogado fora dos muros de Jerusalém, no monte Calvário" e crucificado (Hebreus 13,12). Na lógica da religião do templo, assim como estava organizada, ele não podia vir para desestruturar um sistema tão bem montado, sistema que prendia a consciência das pessoas e garantia assim o lucro dos grandes e dos que manipulavam até a religião e o nome de Deus.

É por causa da dureza do coração destas pessoas que a vinha lhes foi tirada e dada a quem fosse entregando a produção. Então a vinha foi colocada sob o cuidado de outros administradores: os pagãos, que tiveram a atitude de acolher o anúncio do Reino, diferentemente das autoridades do povo. E o texto acrescenta que isso se realizou numa lógica que já estava nas escrituras: a pedra jogada fora pelos construtores tornou-se pedra angular do edifício (Salmo 118,22-23). Podemos constatar aqui a lógica diferente, a da morte e ressurreição de Jesus, sobre a qual está fundado o novo povo de Deus (Atos 2,33; 1 Pedro 2,7).

Fazer parte da vinha de Deus não é privilégio

Abrindo agora o sentido desta parábola para nós, podemos reparar que Deus esperava a justiça de Israel, mas precisou colocar outros administradores para poder colher estes frutos. Os frutos da justiça consistem antes de tudo em "escutar e por em prática" tudo o que Jesus ensinou (Mateus 7,21-27; 17,5) e isso produz amor sem fingimento, união fraterna, respeito e valorização da dignidade humana, partilha...

Um segundo aspecto importante: não há mal que não venha por bem. São Paulo, na carta aos Romanos (Romanos 11,11), nos diz que é justamente graças à dureza de coração destas pessoas que a Boa Nova foi aberta e anunciada aos pagãos. Deus, portanto, não rejeitou "os judeus" - pensamento que ao longo da história provocou tanta discriminação, sofrimento e perseguição, e até milhões de mortes - mas rejeita os líderes, os chefes, de ontem e de hoje, que fazem do nome de Deus uma oportunidade para dominar e se enriquecer à custa da boa fé do povo. É claro que todos têm a própria parte de responsabilidade, mas aqui estamos falando de uma estrutura social e religiosa de dominação.

Dito isto, não podemos ler esta parábola com autossuficiência porque a mesma coisa pode acontecer com a gente. Basta olhar a história do nosso continente, a América Latina. Tinha sido entregue a "administradores" para que as suas populações fossem evangelizadas e, no entanto, os seus frutos foram despojados pela violência institucionalizada. Como cristãos, não temos nada para nos sentirmos melhores do que os outros. Ainda hoje, o Brasil é considerado o país mais cristão do mundo... e onde estão os frutos de justiça?

Até dentro de nossas igrejas existe o perigo de querer guardar os frutos para si. Deve ficar bem claro que fazer parte da vinha de Deus não é um privilégio, mas uma missão que requer compromisso para produzir "frutos de justiça".



terça-feira, 27 de setembro de 2011

ESPIRITUALIDADE


O que é Espiritualidade?

Hoje a palavra Espiritualidade virou moda, esta busca está levando muitas pessoas a fugir da realidade da vida, gerando com isso muitas frustrações.

Contemplação, Mística e Espiritualidade andam juntas. muitas vezes confundimos às três.

MÍSTICA = Mistério, o escondido uma experiência com o transcendente.

CONTEMPLAÇÃO = Mística contemplativa, grau de elevação de oração. Uma experiência profunda com o transcendente, orar e desenvolver as virtudes.

ESPIRITUALIDADE = Colocar em prática o que sentiu, transformando o meio em que vive.

EM RESUMO AS TRÊS JUNTAS SÃO:

1³ Ouvir a palavra de Deus (Mística)

2° Meditar sobre a Palavra de Deus, (Contemplação)

3° Colocar em prática o que ouviu e entendeu (Espiritualidade)

Ver Lc 10; 38-42. O episódio de Marta e Maria não afirma que devemos fugir da ação pastoral para buscar refúgio na Mística e na Contemplação. Pelo contrário, afirma que a Mística e Contemplação, são sintonia com o Mestre que está a caminho. Em outras palavras, místico e contemplativo, é o que busca descobrir na Oração e no discernimento seu papel dentro do projeto de Deus. Jesus foi assim: Místico, Contemplativo e com uma Espiritualidade comprometida. Construtor de uma Nova Sociedade, Comprometido, com os descriminados(as) e sofredores (as) da sociedade.

Como estamos colocando em prática o ouvir, o meditar, na ação em comunidade?

Revda Lucia

sábado, 24 de setembro de 2011

Prostitutas e publicanos entrarão primeiro no Reino dos Céus - CEBI-GO

por CEBI-GO

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A frase está no comentário de Jesus à parábola dos dois filhos: um diz que vai fazer o que o pai pediu e não faz. O outro diz que não quer, mas depois faz a vontade do pai. Texto intrigante!

Esses versículos precisam ser lidos no conjunto do capítulo 21 do Evangelho segundo Mateus: Jesus entrara em Jerusalém (Mt 21,1-11) e tinha entrado em confronto direto com a religião do templo, recorrendo à denúncia já feita por Jeremias: "vocês transformaram a casa de meu pai num covil de ladrões" (Jr 7,11; Mt 21,12-17).

Da boca dos pequeninos, o verdadeiro louvor

O episódio da expulsão dos vendedores do templo é descrito pelos quatro evangelhos. Mateus, entretanto, acrescenta outra provocação de Jesus: cegos e coxos, até então impedidos de entrar no templo por serem considerados pecadores, são curados por Jesus no próprio santuário (Mt 21,14-17). E diante da indignação dos principais sacerdotes e escribas, responde: "Vocês nunca leram que é da boca dos pequeninos e crianças de peito que vem o perfeito louvor?" Desta vez, ele recorreu ao Salmo 8.

A parábola dos dois filhos vem na sequência da figueira estéril (Mt 21,18-22), imagem de um templo e de uma religião que não produzem mais frutos, e do debate de Jesus com as autoridades sobre o batismo de João (Mt 21,23-27).

Jesus, a Lei e a Justiça

"Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes nele, mas os cobradores de impostos e as prostitutas nele creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para crer nele."

"João veio até vós no caminho da justiça, e não crestes nele. Os cobradores de impostas e as prostitutas creram..." (Mt 21,32). O "caminho da justiça" é o caminho de Deus, de seu projeto, de sua vontade, de sua Lei. Na comunidade de Mateus, havia filhos - os fora da Lei - que tinham dito "não quero", porém se converteram à justiça anunciada por João e foram fiéis no seguimento de Jesus. Já os fariseus, que se consideravam justos, cumpridores da Lei, ficaram de fora. A comunidade de Mateus foi radical na hora de transmitir o que entendeu como fidelidade à Lei.

"Não pensem que vim abolir a Lei e os Profetas, mas dar-lhes pleno cumprimento. Quem desobedecer um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar aos outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será grande no Reino dos Céus" (Mt 5,17-19).

A comunidade de Mateus, por um lado, insiste na fidelidade à Lei, por outro diz que o próprio Jesus desobedeceu à lei do descanso sabático, às leis da purificação. Como entender esta aparente contradição entre o que Jesus pede que façamos e o que Ele mesmo praticou no seu tempo?

Na compreenão judaica, Lei e Profetas representam todo o Antigo Testamento: a História de um Deus que caminha com o seu povo e com ele faz Aliança. Jesus veio dar plenitude a esse tratado de amizade de Deus com o povo. Ele quer que sejamos fiéis ao plano salvífico do Pai, fiéis ao espírito do Antigo Testamento e não apenas a um conjunto de regras morais. Assim, resgatou o sentido original da Lei que é o amor misericordioso de Deus e questionou as leis casuísticas da tradição. Por isso, dizia: "ouvistes o que foi dito... Eu, porém, vos digo..." (Mt 5,21-22)

O evangelho da comunidade de Mateus, que vive as dificuldades com o legalismo farisaico, lembra as palavras de Jesus: "Se a justiça de vocês não supera a dos doutores da Lei e a dos fariseus,  vocês não entrarão no Reino dos Céus" (Mt 5,29). E logo, nos capítulos 5 a 7, explica qual deve ser a atitude cristã diante da Lei (contra a prática dos escribas) e diante das obras de piedade (contra o jeito dos fariseus). A síntese aparece na boca do próprio Jesus: ‘Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas" (Mt 7,12).

Mas e Jesus, como cumpre a Lei? O importante para ele é a Lei da vida. Ele nunca aparece angustiado por leis ou normas cultuais. Ao contrá­rio, denuncia os doutores da Lei e os fariseus que "amarram fardos pesados e os colocam nos ombros dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo..." (Mt 23,4). Jesus, ao contrário, vive com grande fidelidade e liberdade e ainda nos convida: "Venham a mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo e eu lhes darei descanso" (Mt 11,28). Para ele, o cumprimento do preceito não é o mais importante. Por isso: "Ai de vocês, doutores da Lei e fariseus hipócritas! Vocês pagam o dízimo da hortelã, da erva doce e do cominho e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericór­dia e a fidelidade" (Mt 23,23). E, por último: "Aprendam o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifícios''' (Mt 9,13).

E nós hoje?

São fortes as palavras de Jesus sobre qualquer forma de hipocrisia religiosa. Esses versículos não escondem o recado: uma religião que se restringe ao cumprimento de rituais e não se vincula com o caminho da justiça, não produz adesão verdadeira.

Como superar a religião do rito? Como fazer a vontade de Deus de fato e não apenas por palavras? A reposta cabe a cada um e cada uma de nós, pessoal e comunitariamente.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Fotos

Paróquia São Lucas



Dia das Crianças em Lerroville



Bencão dos Animais



Festa na São Lucas



Encontro de reflexão mulheres Lerroville!!!



Festa das Crianças em Maringá



VISITA DO BISPO ANGLICANO DESMOND TUTU A CURITIBA



DIOCESES COMPANHEIRAS: CURITIBA E CALIFÓRNIA



Reunião Reflexão UMEAB.



Trabalho em Lerroville





Encontro do CEBI - Londrina




Montagem da vela de garrafas pet - Movimento Bandeirante



Noite de Natal



RETIRO DIOCESANO



Visita Episcopal na Região de Londrina


Janta da Partilha



SEMANA SANTA



Montagem de Pizzas e Celebração de Dia das Mães

História



A Igreja Episcopal Anglicana chegou a Londrina com a vinda do Reverendo Paulo Yuki Kaneko, ainda diácono, em 21/12/1940. Realizou o primeiro ofício religioso depois de sua Ordenação Presbiterial no terceiro domingo de novembro de 1942, em uma casa localizada na Rua Acre, 137, onde foi estabelecida uma pequena missão com Ofícios Dominicais, onde foi estabelecida uma pequena missão com Ofícios Dominicais, estudos bíblicos e escola dominical, os trabalhos eram realizados em língua Japonesa, fato que leva muita gente ainda hoje, ao se referir à Igreja Episcopal de Londrina, Paróquia de São Lucas, como a “Igreja dos Japoneses”. Mas já faz muito tempo que a Paroquia de São Lucas vem sendo dirigida por Reverendos e Reverendas Brasileiros.
O Movimento para a construção da sede da paróquia teve seu início em 1945, com a aquisição de 5 lotes localizados no final do perímetro urbano da cidade. Dois anos depois se começou a angariar fundos para a construção do templo A sociedade auxiliadora de senhoras merece destaque em seu empenho. Em julho de 1948, a família Kaneko muda-se para a casa pastoral localizada nos fundos do templo em construção, e no ano seguinte é organizada a mocidade independente da Igreja Episcopal. No ano de 1953, no dia 27 de setembro, foi a consagração do Templo pelo Bispo Melcher com o nome de Paróquia de São Lucas de Londrina. Após o Reverendo Kaneko, atuaram aqui em Londrina como párocos: Saulo Marques da Silva, Sidnei Alcoba Ruiz, Paulo K. Iço, Ernesto Bernhoeft, Phellip A. Getchell, André Matsuo, Almir dos Santos, Caetano Crecco Teixeira, Anselmo João Stein, Carlos Calvani, Flávio Irala, Reverenda Magna Guedes e, atualmente, Revda. Lucia Dal Pont Sirtoli, com o Clérigo associado Revdo. Luiz Sirtoli, Ministro Encarregado da Missão em Maringá.
A Paróquia de São Lucas hoje continua na Rua Mossoró, 678 – Centro. Londrina – Esquina com a JK.
Celebração da Eucaristia, aos domingos às 10:00 hs.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reflexões


Resumo do Livro: Como ser anglicano de John Baycroft.
  • Ser parte da Igreja de Cristo, sem excluir o isolar-se de outros cristãos.
  • Participar da vida do povo de Deus, com suas alegrias e tristezas.
  • Pertencer a uma comunidade onde cada pessoa é respeitada em sua individualidade e pode utilizar os seus talentos.
  • Apresentar uma teologia baseada nas Escrituras Sagradas e na Tradição, coerente com a inteligência e com a razão.
  • Estar disposto a celebrar a unidade na diversidade.
  • considerar com seriedade as Escrituras Sagradas, sem crer que cada passagem deva ser interpretada literalmente.
  • Preferir a liberdade em Cristo, mais do que a uniformidade de opiniões.
  • Sentir devoção e reverência pelos Sacramentos, sem tentar definir cada ponto desses grandes mistérios.
  • Conceber o ministério como dever e privilégio de todos os batizados.
  • Insistir na moralidade (aquilo que é bom e edifica) e evitar o moralismo (que define a salvação decorrente de uma conduta e não ´pela obra de Cristo).
  • Participar da herança apostólica, a fé no Evangelho de Cristo.
  • Ser parte de uma história antiga e sagrada, que se renova a cada dia.
  • Crer que a Igreja é de todos e que todos têm o privilégio de sustentá-las segundo a possibilidade de cada um.
  • Participar da administração e do governo da Igreja segundo a ordem estabelecida.
  • Pertencer a uma família internacional, inter-cultural e inter-racial que por mandato de Cristo, proclama o Evangelho até o último recanto da terra.




Reflexões:

A parábola do patrão diferente (Mt 20; 1-16) - Marcelo Barros:

Prostitutas e publicanos entrarão primeiro no Reino dos Céus - CEBI - GO:

ESPIRITUALIDADE:

A vinha é boa... Os chefes é que são ruins (Mateus 21,33-43)

A história do porco:

Ide às encruzilhadas e chamai todos/as para a festa - Mateus 22,1-14

O que é de César a César... O que é mesmo de César? Mateus 22, 15-22

Qual é o maior mandamento da Lei? (Mateus 22,34-40) Ildo Bohn Gass

As mulheres na Reforma Protestante.

Inquietações na Igreja - (Rev. Luiz Sirtoli)

As aparências enganam - Jesus condena a incoerência - Mateus 23, 1-1

Mateus 21, 1-13: Sobre virgens e azeites - Maria Soave

REDES SOCIAIS - Entrevista com Paulo Faustino

Enquanto estão todos vivos! Virgílio de Matos

"Hoje há menos profetas e piorou a honradez com o real". Carta de Jon Sobrino a Ellacuría

Para que servem os dons? (Mt 25, 14-30) - Mesters, Lopes e Orofino

Entre nós está e não o conhecemos (Mt25,31-46) Mesters, Lopes e Orofino

Perfil dos Corruptos

Ser gay é pecado? A evangélica opinião de lideranças cristãs

Negros e negras na Bíblia? - Por Edmilson Schinelo

Vigiai e Orai - Elaine Neuenfeldt

Carta Pastoral do Advento 2011

REALIDADE E MIRAGEM - Demétrio Valentini, Bispo de Jales, SP

Uma voz clama no deserto: Fé na ousadia de Deus! (Mc 1,1-8 II Domingo do Advento) - Odete Adriano

Hoje recebi flores!

Misterioso cartão de Natal - Leonardo Boff

Endireitai o caminho do Senhor! (3° Domingo do Advento) - Claudete Beise Ulrich

A Copa (não) é nossa - Frei Betto, Escritor e assessor de movimentos sociais, Adital

Fim de um mundo - Marcelo Barros, Monge beneditino e escritor - Adital

Diógenes e a Lâmpada - Pe. Alfredo J. Gonçalves, Assessor das Pastorais Sociais - Adital

Espiritualidade e Religião - Frei Betto, Escritor e assessor de movimentos sociais - Adital

Natal: a chegada do outro - Maria Clara Lucchetti Bingemer - Adital

Decreto de Natal - Frei Betto

A Visita dos Anjos aos Pastores - Paz aos Excluídos!(Lc 2,1-20) - Mesters e Lopes

Para uma ano nova mais feliz - Marcelo Barros - por Adital

O novo, o que será:2012 - Selvino Heck, Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República, Adital

Nos Evangelhos não se prende doutrina mas sim uma forma de estar no mundo - José Pagola

Cura da sogra de Pedro - Ildo Bohn Gass

Manter viva a consciência de missão!(Mc 1,40-45) Mesters e Lopes

Gerar vida e gerar morte - Ivone Gebara, Escritora, filósofa e teóloga

A Boa Nova é testada e provada no deserto (Mc 1,12-15) - Mesters e Lopes

Com Medellín, Deus passou pela América Latina. Com quem passa agora? Jon Sobrino

Saúde, ética e espiritualidade - João Inácio Wenzel

sábado, 17 de setembro de 2011

A parábola do patrão diferente (Mt 20,1–16) - Marcelo Barros

por Marcelo Barros - Conversa com Mateus

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Queridos irmãos e irmãs

Certamente essa parábola de Jesus serviu a vocês para clarear a posição que vocês, e certamente, desde o início Jesus, tomaram com relação aos não judeus. Na Bíblia, "a vinha" é uma imagem clássica do povo de Deus e da obra que Deus faz conosco - Cf. Is 5 e Salmo 80).

Nessa história, os "operários que trabalharam o dia inteiro na lavoura" significam o povo judeu. Os trabalhadores da última hora são os não judeus, pagãos (goims). Para nós que vivemos num país no qual ainda é normal o trabalho diário dos assalariados volantes (boias-frias), parece familiar o fato de Jesus (ou vocês) descrever a realidade social da Judéia como sendo de desemprego e de trabalhos por contrato diário.

Conhecemos ainda hoje essa realidade de pessoas sem emprego, aceitando qualquer oferta que lhe façam. Diferente é esse patrão que age completamente fora das leis sociais vigentes em qualquer sociedade. A maioria dos comentadores chamam essa história de "parábola dos trabalhadores da vinha". O nome mais indicado seria "Parábola do patrão original ou diferente".

A parábola é sobre o comportamento dele. Todo o problema para os primeiros contratados é que ele, além de começar a pagar pelos últimos, os iguala aos primeiros que suportaram o peso e o calor do dia. A parábola é sobre "os direitos" iguais que todos têm diante do convite de Deus e da recompensa que ele promete.

O que os judeus retratados na parábola não aceitam é que "ele os equiparou a nós". No tempo de Mateus, o Talmud já dizia: "um pagão que retorna ao Senhor é maior do que o sumo-sacerdote do santuário"81. O judaísmo oficial aceitava com tranqüilidade que os pagãos podem ser salvos e que Deus oferece a todos os bens da aliança. Isso, os rabinos aceitavam sem problemas. Mas, não podiam compreender uma igualdade de condições entre Israel e os pagãos. Já vimos que mesmo Jesus (no episódio da cura da filha da mulher sírio-fenícia) e Paulo na carta aos romanos dizem claramente: "primeiramente os judeus e depois os outros".

Aqui, Jesus dá um passo adiante e diz que Deus começa pelos últimos e dá a estes o mesmo que dá aos primeiros. Os rabinos diziam que "quando Deus promulgou a Torá ofereceu-a a todas as nações e somente Israel aceitou. Por isso, cada israelita tem tanta importância para Deus quanto têm todos os outros povos do mundo. Todos os dias, o judeu piedoso deve agradecer a Deus por não ter nascido ‘goim'. Só Israel foi capaz de observar a lei".

Na própria tradição bíblica, os profetas já insistiam na universalidade do amor de Deus e na igualdade de todos perante o Senhor. O profeta Amós chega a dizer: "Por acaso, não sois vós para mim, filhos de Israel, iguais aos filhos dos etíopes?, diz o Senhor. Acaso, não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, do mesmo modo como fiz os filisteus virem de Caftor e os sírios de Quir?" (Am 9, 7).

Hoje, numa sociedade marcada pela desigualdade social, essa parábola não deixa de nos lembrar que Deus propõe igualdade. O fato é que, mesmo no plano social, se não se aceita partir dos últimos e dar a eles tanto quanto aos que são considerados "primeiros", nunca haverá justiça. Pergunta à comunidade de Mateus: Será que vocês se inspiraram numa parábola do Talmud e a puseram na boca de Jesus, o rabino da comunidade cristã?

81 -Eis a parábola do Talmud:

"Um rei contratou muitos operários. Um deles teve dificuldade de suportar o trabalho. O rei o levou para passear com ele. Quando chegou a tarde, os operários vieram receber o salário e o rei pagou ao operário que tinha passeado tanto quanto aos outros. Estes se queixaram dizendo: "Trabalhamos o dia inteiro enquanto este só trabalhou duas horas e lhe dás um salário completo como a nós". O rei respondeu: "Este se cansou em duas horas mais do que vocês durante todo o dia" (Jr. Berkhot II, 8, 5c 83).

De qualquer modo, vocês transformaram o sentido da parábola porque Jesus não favorece qualquer interpretação no sentido dos rabinos de que o motivo do senhor igualar os salários é o fato de que os últimos se cansaram em menos tempo tanto quanto os primeiros. Jesus insiste que Deus faz isso de graça e não pelo mérito dos operários.