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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

INQUIETAÇÕES NA IGREJA - (Reverendo Luiz Sirtoli)

SITUAÇÕES QUE INCOMODAM

A título de introdução, vale lembrar que existe uma inquietação entre nós anglicanos quando se olha a quantidade de membros a que se resumem em grande parte de nossas comunidades. Enquanto vemos um número de pessoas cada vez maior juntarem-se às igrejas pentecostais. Pengunta-se então: Estamos falhando em nossa ação pastoral? Faltam estratégias? Estamos passando suficiente convicção em nosso agir, nas liturgias, nas pregações, nos contatos com as pessoas e, principalmente, em nosso testemunho? Como vai nossa espiritualidade?

O QUE DEVE NOS PREOCUPAR

Primeiramente, saber onde se quer chegar. E para isso é preciso sentir-se vocacionado. O caminho se faz caminhando, mas é preciso QUERER. Para quem trabalha no comércio, se diz que antes de ser um bom vendedor, é preciso comprar a ideia do produto que se vai oferecer. Caso contrário, não conseguiremos transmitir convicção, nem firmeza, nem despertar interesse ao comprador. Não queremos dizer que os anglicanos devam ser vendedores. Mas sim, e com muito mais convicção, é nossa obrigação sermos convictos anunciadores, testemunhas, evangelizadores e profetas do nosso tempo. Podemos até nos perguntar, em que mais gastamos nosso tempo? Não podemos esquecer que, como reverendos (as), estamos no mundo sem ser do mundo (Jo 17:14-16). Não precisamos ser uma espécie de divindade entre os outros, e sim assumir as condições do mundo e as ferramentas que ele oferece a fim de ganharmos as pessoas para o Reino. Também não precisamos nos submeter a fazer tudo aquilo que os outros fazem para dizer que estamos no mundo, mas antes assumir uma identidade própria, anglicana, de uma espiritualidade convincente, sabendo que para a vida ser boa e agradável também para nós e nossas famílias, existem limites. Não cabe aqui definir aquilo que devemos ou não fazer, mas ter um domínio sobre nossas ações para não nos deixarmos manipular. DIANTE DE NOSSAS COMUNIDADES Ao olhar para seu grupo, Jesus os conforta dizendo: “Não tenham medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino” (Lc 12,32). Não parece a Jesus impressionar a quantidade de seus seguidores, mas a qualidade. Podemos, às vezes, nos sentir um tanto desanimados por não vermos crescer o número de nossos eclesianos, por razões diversas. O pior não é isso, o pior é a gente se acomodar e deixar as coisas como estão, nada fazendo para zelar pelo rebanho, ainda que pequeno, melhorando a qualidade e favorecendo-lhe as condições de aprimoramento e crescimento. Entra-se numa espécie de “zona de conforto”, segundo observou alguém em determinado momento de reflexão. Esse estágio de conforto não faz bem nem para aposentados, menos ainda a quem está ativo e lhes é confiado o pastoreio.

CRITÉRIOS VÁLIDOS

Houve um momento em que o povo de Israel formou o exército popular de Gedeão, conforme nos conta o capítulo 7 do livro dos Juizes, para combater o exército de Madiã, que estava ameaçando. A princípio, foram destacados trinta mil homens. Por ordem de Deus, Gedeão despediu vinte mil num primeiro momento e nove mil e setecentos num segundo, ficando apenas com aqueles trezentos que, segundo Deus, estavam empenhadíssimos na batalha, não se dando o trabalho de parar e ajoelhar para tomar água enquanto atravessavam o rio, apenas a lambiam como fazem os cachorros (Jz 7:5). Quando se fala em melhorar a qualidade de nossos eclesianos, entendo que precisamos, antes de tudo, trabalhar sua formação e a nossa também. Se temos preocupação em aumentar o número, pensamos que não é tentando imitar os pentecostais, mas agir de nossa maneira anglicana e lançar mão de tudo aquilo que possa despertar a consciência do SER IGREJA. Nosso povo precisa saber porque é anglicano e no que isso implica. É preferível estar podendo contar com um número menor e de boa qualidade, do que com uma multidão sem comprometimento. Mas nunca deixar de vislubrar um crescimento também numérico, a partir dos obreiros(as) que temos, ainda que em menor quantidade. Queremos ser uma Igreja Missionária? Queremos expandir os limites? Agregar mais membros? Então comecemos com aqueles poucos que temos, criando um grupo que tenha vida e se encante pelo Reino, então teremos colaboradores comprometidos que somam conosco, com quem poderemos contar, a exemplo do grupo de Gedeão. Revdo. Luiz Sirtoli.

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