Menu

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


Iluminação para o Advento


INTRODUÇÃO

A palavra ADVENTO significa "o dia da vinda", deriva de uma antiga liturgia pública romana. Era usada na liturgia da cidade de Roma indicando o dia em que uma divindade se manifestava no templo a ela dedicado, visitando os seus fiéis no culto. O templo dedicado à divindade abria as porta, uma vez ao ano, no dia determinado pela visita do deus, da deusa. Esta linguagem pertencia também ao império romano e indicava o dia em que um novo imperador assumia o poder. Então a palavra ‘advento' tinha um duplo sentido: religioso e político.
As comunidades cristãs adotaram esta palavra para indicar o tempo litúrgico que preparava ao Natal. Advento, evento, espera, vinda, palavras que expressam uma tensão ansiosa de plena expectativa, abertura para acolher uma pessoa, uma proposta, um projeto, uma boa notícia.
"Maran atha", antiga formula em aramaico que ressoava nas liturgias das primeiras comunidades cristas (1Cor 16,22; Fl 4,5; Tg 5,8; Ap 22,20). "O Senhor vem!"Invocação que expressava a certeza da sua vinda, que alimentava a esperança e sustentava no caminho. Mas... quando e como Jesus virá? Como  reconhecer a sua presença na comunidade? Estas interrogações chegam até nós hoje e entrevemos uma resposta no tempo de advento.
O calendário litúrgico cada ano no mês de dezembro acolhe a tradição do Advento, tempo de preparação e espera do Natal. O calendário litúrgico compete com o calendário da propaganda natalina, aliás, esta começa antes, com suas luzes brilhantes, com suas promoções que se tornam boas notícias.
Como no tempo do império romano, o político e religioso se mesclam e articulam como suporte ao sistema de dominação. O consumismo e o religioso ainda uma vez se articulam, adormecem as consciências que se deitam na falsa ilusão de um bem estar individual e de uma religiosidade superficial.
As primeiras comunidades cristãs proclamando come um refrão à invocação: "Maran atha" souberam encontrar o caminho para celebrar o mistério do Deus que vem ao encontro da humanidade, o mistério da presença do Reino de Deus em Jesus de Nazaré.
"Maran atha" possa ser neste tempo de Advento a nossa invocação, que como uma mantra repetimos para penetrar o mistério de Deus que assume a nossa humanidade para nos visitar; penetrar o mistério da semente do Reino presente nas pequenas coisas do cotidiano, presente nos pequenos.
"Maran atha", invocação que orienta nosso olhar na pessoa de Jesus de Nazaré, Emanuel, Deus conosco. Em busca de Jesus de Nazaré, hoje vamos caminhar com três grandes figuras bíblicas: o profeta Isaías, o precursor João Batista, Maria a mãe. Desde os inícios a comunidade cristã releu as profecias de Isaías para compreender o mistério de Deus revelado em Jesus de Nazaré. João Batista, como novo Elias vem de novo preparar o caminho, nos abrir à ação de Deus e preparar a acolher seu filho Jesus. Maria, a mãe nos recorda que sem gravidez não há nascimento! Natal é festa celebrada ao redor da esperança de uma gravidez, de um nascimento.
Na comunidade hoje, vamos iniciar o advento através de reflexões e no final com o sinal da Coroa do Advento, tradição nascida no norte da Europa e que hoje se difundiu em outras partes do mundo. Ela é formada por um círculo de galhos do pinheiro, decorado com fitas vermelhas e símbolos natalinos onde estão inseridas quatro velas. Cada símbolo nos fala:
• O circulo fala da circularidade da vida, do universo, da história, das relações na comunidade.
• O verde recorda o renovar-se constante da vida
• As fitas vermelhas o amor e a disponibilidade a recriar as relações humanas
• As velas, a luz, Jesus luz que ilumina a realidade humana.


O Profeta Isaías
O seu nome, Ihaweh é salvação, indica a missão. Atuou entre 740 a 700 a.C. Normalmente é apresentado como o profeta que ajudou as comunidades cristãs a penetrar o mistério de Jesus de Nazaré como Messias. As origens de Jesus são interpretadas a partir dos textos Is 7,10-15; 9,1-6; 11,1-9.
Viveu num periodo de grande violência. Os reinos de Israel e Judá respiram ainda uma certa autonomia, no contexto internacional. Mas no horizonte já está se formando um grande temporal: a invasão da Assíria. Formam-se alianças para resistir. O rei Acaz, de Judá prefere pagar o tributo à Assíria em lugar de se aliar com os reinos vizinhos menores. O medo e a traição com os reinos irmãos o levam a investir fortemente no exército e nas fortificações das muralhas.
Isaías é o profeta das crianças: 1,17.23; 10,2; 3,4-5; 9,17; 10,19; 13,18; 20,4; 14,3. Lendo estes textos percebemos que o profeta tem um olhar especial para a situação das crianças, dos pequenos. As crianças em sua profecia se tornam uma categoria bíblica: o que acontece com elas expressa o que está acontecendo com os pequenos que não têm quem os defenda.
As crianças são sinal de contradição: Is 6,13, semente santa; Is 7,1-9: Seariasùb = "um resto-voltará"; Is 7,14: Emmanuel - Deus conosco"; Is 8,1-4: Mahèr-salàl-cash-baz ="pronto-saque-prozima-pilhagem. São mensagens que denunciam as conseqüências da guerra. Is 9,1-6: "Um menino nasceu..."; Is 11,1-9: "Um ramo sairá do tronco de Jessé".  As crianças com suas mães estão no centro da cena: sua presença é uma garantia: Deus está conosco! As crianças invadem a cena: "Eis eu e os filhos que o Senhor me deu, somos um sinal..." Is 8,18. Nas crianças, Isaías condensa sua profecia, elas parábolas, são utopia. A partir delas se irradia uma luz que ilumina a realidade de hoje e de ontem.
Não vamos nos iludir ou cair no sentimentalismo, de parar olhando as crianças com sentimentalismo. A profecia de Isaías fala de libertar os oprimidos 11,4. Ameaça com seu projeto que aposta nos pequenos os poderosos da terra 7,17. Sua crítica é contra o militarismo, a violência, a força como única solução dos conflitos 7,3-9.
Isaías teve sua vocação no Templo, sacerdote e profeta, tinha liberdade de entrar e sair do palácio, mas enfrenta o rei a partir de outro projeto. O rei aposta nas armas, usam o nome de Deus e a religião. Eles apostam nas armas e na guerra; o profeta grita: nós apostamos nas mulheres, nas crianças, em quem não conta. Se estabelece um confronto: força X fraqueza. Nasce, ou melhor, acorda uma fé antiga: apostar nos pequenos, eles são a profecia que um novo mundo é possível.

• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa o profeta Isaías e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com Isaías.
O que importa é se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus poderoso
Encontraremos a fragilidade
De uma criança
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco é clandestino
Nos pobres da,
Nos medos dos oprimidos,
Na tristeza dos abandonados,
Na solidão do marginalizado.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperanza
Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

  
O precursor João Batista                                        
Ainda antes de nascer, João Batista, foi chamado, pelo seu estilo de vida a denunciar o que havia de errado e viver como alguém que vai contra maré. Ao tempo de Herodes, nas montanhas da Judéia, de casa em casa começou a correr uma notícia: Isabel, a esposa do sacerdote Zacarias, tida como estéril, está grávida de um filho (Lc 1,23-25). A coisa mais esquisita é que se dizia que Zacarias tinha voltado mudo de Jerusalém, depois de ter prestado seu serviço no templo (Lc 1,21). Passava de boca em boca que a causa disso foi sua incredulidade: não tinha acreditado numa anja! (Lc 1,20).
Quando a criança nasceu, no dia de sua circuncisão, dia em que se dava o nome à criança, Isabel, a mãe rompeu todas as regras: ela mulher deu o nome ao filho e o chamou de João, um nome que não pertencia à tradição da família. Os parentes e os vizinhos ficaram escandalizados e se dirigiram a Zacarias, certos de que desmentiria a mulher mandando-a calar a boca, embora fosse mudo! Mas surpresa das surpresas, Zacarias acatou a decisão de Isabel, escreveu numa tabuinha: o seu nome é João. Então, para surpresa de todos, voltou a falar e que fala, um cântico!
Que nomes nesta familia: Zacarias - Deus se recorda, Isabel  Deus jurou, João Dom de Deus. Certamente a mãe no nome do filho, quis escrever a sua história e na sua história a história do seu povo: quando Deus jura, se recorda e doa o que ele promete. O povo começou a se perguntar "O que será mais esta criança?" (Lc 1,65-66). A esta pergunta respondeu o pai que desde que recuperara a palavra bendizia e louvava a Deus seguidamente (Lc 1,67-79). E, no meio da louvação a Deus respondia à pergunta: "E tu, menino serás chamado profeta do'Altíssimo!" (Lc 1,76).
Mas o que significa ser profeta do Altíssimo? Profeta, profetiza são pessoas capazes de ver de enxergar longe, interpretar os acontecimentos em relação à vontade de Deus. Conseguem enxergar os encontros na história: o encontro do clamor do povo que suplica e clama, luta sob o peso da opressão e a Palavra de Deus que liberta e salva. Recordam aos pobres que Deus é fiel à sua vocação, não esquece, è presença e resposta a quem clama e pede justiça, paz e alegria.
Isabel e Zacarias com seu filho João, são família profética que nos recordam que Deus não esquece seus juramentos, nos visita e nos oferece a salvação. Nas suas palavras encontramos a voz dos pobres que denunciam a opressão que subtrai a vida e rouba a esperança. Mas, encontramos também o anúncio que o nosso Deus é um Deus de útero de misericórdia que acolhe, renova, vem ao encontro dos pobres que suplicam. João soube ser fiél à sua vocação profética, nascida da profecia de Isabel e Zacarias. Como Isaías havia dito, vem preparar o caminho. João novo Elias reúne ao seu redor aqueles que invocam a vinda do Messias. Movimento popular que abre os corações à esperança e por isso será presença no início da vida pública de Jesus como foi presença na sua origem. Fiél á sua vocação profética, denuncia abertamente os poderosos do seu tempo. Fidelidade que o conduzirá a viver o destino dos profetas e das profetizas, a perseguição e a morte.  
Dele que veio preparar o caminho, Jesus dirá: "Quem foste ver no deserto? Um caniço movido pelo vento... Um homem envolvido em roupa fina?... Entre os nascidos de mulher até hoje não nasceu alguém como João Batista..." (Mt 11,7-11).
           
• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa o João Batista e orar:

Vamos a Belém,
Vamos com João Batista.
O importante è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus violento
Encontraremos a ternura
De uma criança
Não duvidemos,
De ter errado o caminho!
Deus conosco se esconde
Nos que promovem a paz,
Nos que reconstroem reconciliação,
Nos que sanam as relações,
Nos que tem olhos e coração transparente.
Nos coloquemos a caminho.
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras da esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança
Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

Maria, a mãe  
Maria, a mãe nos recorda que sem gravidez não ha nascimento! Advento, Natal tempos litúrgicos à sombra de gravidez, de nascimentos. Os evangelhos da infância de Mateus e Lucas são páginas de mulheres e crianças. É a grande novidade: nas pequenas coisas, nos pequenos há o mistério da Boa Notícia.
Mulher e criança são o cotidiano, nos relembram uma realidade ausente da economia, da política, da religião: cueiros pra lavar, papas para preparar, joelhos machucados... a cotidianidade monótona, mas é aí que é presente o mistério que nos faz borbulhar de alegria (Lc 1,39-56).
Entrar na casa, saudar, abraçar. Duas mulheres se encontram: uma anciã, outra jovem. A mesma experiência: esperam um filho em situação incomum. A anciã talvez precise de ajuda na casa por causa de sua gravidez de risco. A jovem de ser acolhida, de conselhos, pois espera um filho e não é casada, teve que sair às pressas de sua aldeia. O encontro não precisa de palavras para expressar dúvidas, temores, angústia, medo, espera, esperança. A anciã acolhe, a jovem serve. Na casa o cotidiano da vida, o inesperado da vida. É na cotidineidade da vida, que acontece o novo.
Bendita mãe, bendito filho. Bendizer, ben-dizer, dizer-o-bem. Advento, se colocar a caminho para bem-dizer para as pessoas, para sociedade, para o universo.
Maria é bendita porque carrega o fruto bendito: dirá e fará o bem em sua vida. Dizer-o-bem da vida é dar à vida um sentido novo, novo rumo.  Às vezes dizemos que vivemos um tempo maldito, em um mundo maldito. Mal-dizer é dizer e fazer o mal. Uma vida que somente tem a dizer o mal, perdeu o sentido, o rumo, a direção... Maria carrega o fruto bendito porque Jesus reorienta a vida, lhes dá um novo sentido, uma nova direção.
Bendita, bendito: a Boa Notícia está presente na mulher, na criança. A mulher oferece seu ventre para engravidar a vida, o cumprimento das promessas, a novidade de vida. Bendita a casa que se faz ventre e engravida a novidade da vida. Bendita aquela que acreditou! Benditas, benditos aqueles e aquelas que acreditam que o impossível é possível!
Maria é bem-aventurada porque acreditou. Crer é diferente de ter fé. Fé fala de ideias, doutrinas, dogmas. Crer é um verbo é um agir. Crer que as mudanças estão acontecendo no cotidiano, na escolha dos estilos de vida que podem transformar esta vida maldita em via bendita.
Frente à realidade nos sentimos imponentes. Nos sentimos pequenoss, inúteis, assim como Maria e Isabel deviam se sentir. Acreditaram que, delas, mulheres a quem a sociedade não dava valor, em seus filhos ainda para nascer que as promessas do Senhor teriam de se cumprir. Tiveram olhos para reconhecer na banalidade e monotonia cotidiana, em sua situação inusitada, nos seus pequenos gestos de mulheres a presença do Senhor que transformava sua vida, a vida do seu povo, a história.
O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa Maria a mãe e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com Isabel e Maria
O que importa è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus patriarcal
Encontraremos a fragilidade
De uma criança
Da quotidianidade.
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco é presente
Nas humilhadas da historia,
Nas silenciadas pelas culturas,
Nas negadas pela religião,
Nas que defendem a vida.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança

Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

A Comunidade
Vamos viver o Advento como tempo de espera da vinda do Senhor. Deus se encarna, se faz humano porque quer nos encontrar. Deus nos surpreende com sua visita. Se aproxima, anuncia, orienta, sopra em nossos ouvidos...
Vivemos o Advento no fim de ano, tempo cheio, agitado, um corre, corre de atividades para concluir, compras para fazer, organizar-se para as festas, natal, fim de ano... O Advento nos lança um desafio: seremos capazes de reservar tempos para o essencial? Um tempo místico para refletir e ir às raízes de nossa existência? Se não aceitarmos este desafio corremos os perigos de perder o controle da nossa vida, da nossa realidade mais profunda no anseio sôfrego da preparação das festividades e, ao final não perceber Sua vinda.
Reunir-nos em comunidade, em família, ousar nos dar um tempo de silêncio pessoal, tranquilo, sereno, e poder refletir e sentir mais intensamente que é tempo de Deus, momento vivido entre nós, momento divino, retalho de tempo em que experimentamos a união profunda do divino com o humano.
As primeiras comunidades cristãs, através das leituras, nos indicam o caminho para reconhecer os sinais que Deus deixou na história. Sinais que frequentemente são somente sussurros na multiplicidade altissonante dos sons e das palavras que invadem a nossa vida. Sinais que são sonhos, presença fugaz, que nem bruma, no assalto constante dos sonhos coloridos e fascinantes do consumismo. Sinais dos anjos e anjas silenciosas e leves, sem estardalhaço nos falam no cotidiano da vida.
Foi assim para Isaías que entreviu o Deus-conosco, nos pequenos, nas crianças, que se tornaram sinais de esperança e luzes acesas na escuridão, criada pela violência da lógica da guerra, das armas. (Is 9,1-6). Foi assim para João Batista, marcado desde o ventre materno da presença de anjos e anjas, mensageiras, canais de comunicação que religam o céu a terra. Precursor nascido na contra maré, viveu na contra maré, desafiando os grandes e afirmando: não sou eu... voz que prepara os caminhos daquele que há de vir... (João 1,19-30).
Sonhos e sopros chegam até Maria e José, os pastores, os estrangeiros sábios. Sonhos e sopros que desafiam o comodismo e exigem coragem para vislumbrar e pisar em caminhos novos, na certeza que caminhando se abrem caminhos (Mt 1 e 2). Sinais de anjos, sonho, sopros que se por um lado pedem obediência a Deus, em contraparte pedem a desobediência à lógica social e religiosa da época.
Sinais, anjos, sonhos, sopros que interrogam: no barulho da nossa vida sabemos fazer silêncio para escutar o sopro de Deus nas anjas, anjos, que nos visitam? Sabemos reconhecer e acolher o sonho que Deus soprou no nosso sonho e no nosso coração? Com coragem o cultivamos no nosso cotidiano, na certeza que estamos fazendo história?
Isaías, João Batista, Maria souberam desobedecer para obedecer, escutar intensamente a voz de Deus na sua história; tiveram a coragem de enfrentar a vida e viver o sussurro da anja, o sonho de Deus e fizeram história.

• O grupo lê e reflete sobre este texto
• Escolhe uma das leituras, ou outra, ou a síntese da reflexão para apresentar criativamente.
• Na celebração de encerramento acender a vela da 1ª semana de Advento e que representa a Comunidade e orar:
  
Vamos a Belém,
Vamos com a Comunidade
O que importa è se colocar a caminho!
Se no lugar de um Deus glorioso
Encontraremos a fragilidade
De uma menina de um menino
Não duvidemos
De ter errado o caminho!
Deus conosco está presente
Nos marginalizados pelas estruturas
No irmão que por medo
Olha ao outro como estrangeiro.
No diferente que virou inimigo.
Nos coloquemos a caminho
Vamos a busca,
Sem incerteza e medo,
Semeadores e semeadoras de esperança.

• Para orar, juntos e juntas no final.
  
Para um Futuro de Esperança

Vem Senhor
As crianças voltem a brincar nas praças
Vem Senhor
Os velhos voltem a sonhar nas noites de solidão
Vem Senhor
Os jovens possam se encontrar nas estradas
Vem Senhor
Os estrangeiros liberem seus cantos de saudade
Vem Senhor
Os poetas sejam sentinelas na espera do alvorecer
Vem Senhor
Os filósofos continuem a te buscar alem do limite do saber
Vem Senhor
Os artistas corram atrás de ti nos rostos
Vem Senhor
Os pobres partilhem contigo o ultimo pão
Vem Senhor
Os ricos te abram as portas de suas casas
Vem Senhor
Os loucos continuem a acreditar em ti
Vem Senhor
Na nossa cidade dos hotéis e das casas fechadas
Vem Senhor
Na nossa cidade novos e novas pastores, novos magos e magas
Te buscam, te esperam
Envia teus anjos e anjas a acordar a cidade que dorme
Torna-a repleta da tua ternura
As crianças e os velhos dancem nas praças
Ao redor do Messias que vem!
Amém!

Nenhum comentário:

Postar um comentário