A
leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo
segundo João 2, 1-11 que corresponde ao II Domingo do Tempo Comum,
ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto
Eis o texto

Naquelas
aldeias pobres da Galileia, a festa de casamento era a mais apreciada
por todos. Durante vários dias, familiares e amigos acompanhavam os
noivos comendo e bebendo com eles, bailando danças festivas e cantando
canções de amor.
O
evangelho de João diz-nos que foi no meio de um destes casamentos onde
Jesus deu o “primeiro sinal”, o sinal que nos oferece a chave para
entender toda a Sua atuação e o sentido profundo da Sua missão
salvadora.
O evangelista João fala-nos de “milagres”.
Aos gestos surpreendentes que realiza Jesus, chama-lhes sempre
“sinais”. Não quer que os seus leitores fiquem no que possa haver de
prodigioso na sua atuação. Convida-nos a que descubramos o seu
significado mais profundo. Para isso oferece-nos algumas pistas de
carácter simbólico. Vejamos apenas uma.
A mãe de Jesus, atenta aos detalhes da festa, dá-se conta de que “não lhes resta vinho” e diz ao seu Filho. Tais vezes, os noivos, de condição humilde, viram-se inundados pelos convidados. Maria está preocupada. A festa está em perigo. Como pode terminar um copo de água sem vinho? Ela confia em Jesus.
Entre os camponeses da Galileia o vinho era um símbolo muito conhecido da alegria e do amor. Sabiam-no todos. Se na vida falta a alegria e a falta de amor, em que pode terminar a convivência? Maria não se engana. Jesus intervém para salvar a festa proporcionando vinho abundante e de excelente qualidade.
Este
gesto de Jesus ajuda-nos a captar a orientação de toda a sua vida e o
conteúdo fundamental do seu projeto do reino de Deus. Enquanto os
dirigentes religiosos e os mestres da lei se preocupam com a religião, Jesus dedica-se a fazer mais humana e leve a vida das pessoas.
Os evangelhos apresentam Jesus concentrado, não na religião, mas na vida. Não
é só para pessoas religiosas e piedosas. É também para quem ficou
decepcionado pela religião, mas sentem necessidade de viver de forma
mais digna e ditosa. Por quê? Porque Jesus contagia fé num Deus em quem
se pode confiar é com Ele que se pode viver com alegria, e porque atrai
para uma vida mais generosa, movida por um amor solidário.
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