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terça-feira, 27 de novembro de 2012

ADVENTO 2012 - Palavra do Bispo



Promover a paz, eliminar a violência e reconciliar a todos.

Embora os muitos avanços em diferentes áreas, estamos vivendo um tempo bastante inquietante, marcado pela violência que com origem diversa, seja econômica, política ou consequência da situação de injustiça social e, até mesmo, por questão religiosa ou expressão da sexualidade humana, nos afetam fortemente. Não menos preocupante é a questão ambiental transformando “nossa casa comum” em situação limite, que trás consequências muito danosas para a vida.  O individualismo exacerbado, carregado com as dificuldades nas relações e respeito humano, grupos reclamando atitudes éticas (nos outros), mas, ao mesmo tempo, agindo com atitudes antiéticas, desvelando incoerência. Com facilidade e naturalidade se expõe a situação do outro, como algo usual e corriqueiro, inclusive em redes sociais, independentemente de quem seja.
A Igreja, não fica muito distante dessa realidade, está no mundo e por ele, muitas vezes, é “atingida”. Recentemente, movimentos bem identificados com atitudes cismáticas, lembram o que era comum em outras instituições. O mesmo individualismo e a incompreensão da inclusividade anglicana, percebemos em algumas experiências. Com frequência percebemos comunidades que se expressam mais como clube (uma sociedade) do que uma experiência do “ser parte do Corpo de Cristo”. Considerada, outras vezes, aparentemente, “reduto” (propriedade), deste ou daquele lider religioso ou laico. Se, dono, tudo posso fazer, e faço! Perdendo-se o senso comunitário e os votos que todos fazemos (às vezes só declarado verbalmente outras com nossa assinatura), em diferentes niveis, de sermos fiéis (ou de nos conformarmos) “ao culto, doutrina e disciplina da igreja”. Mas por muito pouco, tudo isso é deixado de lado, como se nada valesse!
Apesar dessa rápida análise, um tanto quanto negativa, temos em nossas comunidades, nas suas relações e testemunho, muitos sinais de esperança, com esforço visível de adorar e servir (lema histórico da UMEAB), de testemunhar e de agir na busca da justiça e da paz. Creio que esta Igreja, a IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL, tem uma grande missão em nosso país, e no mundo, como Comunhão Anglicana. Precisamos manter nosso foco no que é essencial. Cuidar do que é essencial na vida e missão da Igreja, zelando por nossa identidade e nossa instituição, plenamente cientes que existimos para servir. Servir a maneira de Jesus Cristo.
Para vivermos a maneira de Jesus Cristo, temos como referência, além de muitos outros textos Bíblicos teológicos, a compreensão Anglicana de Missão com suas cinco marcas, que valem a pena serem lembradas, a saber:
- anunciar a Boa Nova do Reino;
- ensinar, batizar e nutrir novos crentes;
- responder às necessidades humanas com serviço amoroso;
- procurar transformar as estruturas injustas da sociedade;
- esforçar-se para salvaguardar a integridade da criação e sustentar e renovar a vida da terra.
E, recentemente,  o Conselho Consultivo Anglicano, aprovou uma sexta marca a compreensão Anglicana de Missão, que é: promover a paz, eliminar a violência e reconciliar a todos.
Convido a comunidade diocesana para que no ADVENTO,  reflita sobre as marcas da Missão, com apoio dos textos dos Evangelhos dos domingos desse tempo litúrgico,  dando especial atenção a sexta marca de Missão. Jesus, o Filho de Deus, habitou entre nós para nos reconciliar com Deus, com os demais e com toda a criação e, nos entregou o ministério da reconciliação (2ª Cor. 5)  A nossa responsabilidade com esse Deus Encarnado, deve nos comprometer com a busca, fortalecimento e avanço da paz, com a eliminuição da violência em todos os niveis e com o ministério da reconciliação.

Novembro é também separado para avaliação e planejamento. A luz do que foi estabelecido no planejamento da comunidade, considerando as marcas da Missão anglicana e os desafios evangélicos do tempo de Advento, avaliemos nosso trabalho comunitário e planejemos nosso ano vindouro. Tendo bem presente que tudo o que temos e somos, sejam recursos humanos, recursos físicos (salões paroquiais, templos), financeiros, enfim, tudo,  para ter sentido, deve estar a serviço da Missão.


Desejo a todos e todas um abençoado Advento, com minhas orações e bênção,


+Naudal, Curitiba






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