Promover a
paz, eliminar a violência e reconciliar a todos.
Embora os muitos avanços em diferentes áreas,
estamos vivendo um tempo bastante inquietante, marcado pela violência que com
origem diversa, seja econômica, política ou consequência da situação de
injustiça social e, até mesmo, por questão religiosa ou expressão da
sexualidade humana, nos afetam fortemente. Não menos preocupante é a questão
ambiental transformando “nossa casa comum” em situação limite, que trás consequências
muito danosas para a vida. O
individualismo exacerbado, carregado com as dificuldades nas relações e
respeito humano, grupos reclamando atitudes éticas (nos outros), mas, ao mesmo
tempo, agindo com atitudes antiéticas, desvelando incoerência. Com facilidade e
naturalidade se expõe a situação do outro, como algo usual e corriqueiro,
inclusive em redes sociais, independentemente de quem seja.
A Igreja, não fica muito distante dessa realidade,
está no mundo e por ele, muitas vezes, é “atingida”. Recentemente, movimentos
bem identificados com atitudes cismáticas, lembram o que era comum em outras
instituições. O mesmo individualismo e a incompreensão da inclusividade
anglicana, percebemos em algumas experiências. Com frequência percebemos comunidades
que se expressam mais como clube (uma sociedade) do que uma experiência do “ser
parte do Corpo de Cristo”. Considerada, outras vezes, aparentemente, “reduto” (propriedade),
deste ou daquele lider religioso ou laico. Se, dono, tudo posso fazer, e faço!
Perdendo-se o senso comunitário e os votos que todos fazemos (às vezes só
declarado verbalmente outras com nossa assinatura), em diferentes niveis, de
sermos fiéis (ou de nos conformarmos) “ao culto, doutrina e disciplina da
igreja”. Mas por muito pouco, tudo isso é deixado de lado, como se nada
valesse!
Apesar dessa rápida análise, um tanto quanto
negativa, temos em nossas comunidades, nas suas relações e testemunho, muitos
sinais de esperança, com esforço visível de adorar e servir (lema histórico da
UMEAB), de testemunhar e de agir na busca da justiça e da paz. Creio que esta
Igreja, a IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL, tem uma grande missão em nosso
país, e no mundo, como Comunhão Anglicana. Precisamos manter nosso foco no que
é essencial. Cuidar do que é essencial na vida e missão da Igreja, zelando por
nossa identidade e nossa instituição, plenamente cientes que existimos para
servir. Servir a maneira de Jesus Cristo.
Para vivermos a maneira de Jesus Cristo,
temos como referência, além de muitos outros textos Bíblicos teológicos, a compreensão Anglicana de Missão com suas
cinco marcas, que valem a pena serem lembradas, a saber:
- anunciar
a Boa Nova do Reino;
- ensinar,
batizar e nutrir novos crentes;
- responder
às necessidades humanas com serviço amoroso;
- procurar
transformar as estruturas injustas da sociedade;
- esforçar-se
para salvaguardar a integridade da criação e sustentar e renovar a vida da
terra.
E, recentemente, o Conselho Consultivo Anglicano, aprovou uma sexta marca a compreensão Anglicana de
Missão, que é: promover a paz, eliminar a violência e reconciliar a todos.
Convido a comunidade diocesana para que no
ADVENTO, reflita sobre as marcas da Missão, com apoio
dos textos dos Evangelhos dos domingos desse tempo litúrgico, dando especial atenção a sexta marca de
Missão. Jesus, o Filho de Deus, habitou entre nós para nos reconciliar com
Deus, com os demais e com toda a criação e, nos entregou o ministério da
reconciliação (2ª Cor. 5) A nossa
responsabilidade com esse Deus Encarnado,
deve nos comprometer com a busca, fortalecimento e avanço da paz, com a eliminuição
da violência em todos os niveis e com o ministério da reconciliação.
Novembro é também separado
para avaliação e planejamento. A luz do que foi estabelecido no planejamento da
comunidade, considerando as marcas da Missão anglicana e os desafios
evangélicos do tempo de Advento, avaliemos nosso trabalho comunitário e
planejemos nosso ano vindouro. Tendo bem presente que tudo o que temos e somos,
sejam recursos humanos, recursos físicos (salões paroquiais, templos),
financeiros, enfim, tudo, para ter
sentido, deve estar a serviço da Missão.
Desejo a todos e todas um
abençoado Advento, com minhas orações e bênção,
+Naudal, Curitiba
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