
Essa
é nossa experiência e certeza atual. A experiência de que Deus está conosco!
Deus está entre nós! Ao nosso lado, adiante de nós, na retaguarda, protegendo,
amparando, iluminando inspirando. E, também, nos comprometendo a ponto de
sermos nós mesmos, nossa comunidade cristã, instrumento dessa experiência de
que Deus está conosco.
A
proclamação de que Deus está conosco, não é somente uma expressão de adoração e
louvor, uma expressão da nossa liturgia. Mas é um convite concreto para agirmos
no mundo de tal forma de que, presentes nas experiências e circunstâncias que o
envolvem, todos sintam a mesma experiência de que Deus está conosco.
No
Advento, o Livro do profeta Isaías nos lembrou esse compromisso: “das espadas
fabricarão enxadas, das lanças fabricarão foices, nenhuma nação pegará em armas
contra outra, ninguém mais vai se treinar para a guerra... ondarão sob a luz de
Javé” (Is. 2.4ss). “Fortaleçam as mãos cansadas, firmem os joelhos
cambaleantes, digam aos desanimados: Sejam fortes!” (Is. 35). E também Isaías
65.17-25 o anúncio e a visão de um “Novo céu e uma nova terra”.
Proclamar:
Deus Emanuel, Deus está conosco, é estar comprometido com a realidade do mundo.
É estar atento para intervir pastoral, profética e sacramentalmente nessa realidade,
reafirmando o que está bem e “não nos conformando” com o que está mal, na busca
da justiça e dignidade humana (cf. a Aliança Batismal).
Tudo
isso está muito bem delineado na compreensão anglicana de Missão: proclamação,
nutrição sacramental dos fiéis, apoio às pessoas nas suas necessidades mais
imediatas, transformação das estruturas injustas, cuidado com a Criação de Deus
– com o meio ambiente, e o compromisso com o desenvolvimento de uma cultura de
Paz e reconciliação entre todos. Da mesma forma no planejamento estratégico
diocesano, na sua visão, missão e prioridades, apontam para uma experiência
religiosa muito concreta, encarnada. E nos remetem ao cuidado com o mundo,
mundo “amado por Deus” (Jo. 3.16), que, por consequência, deve ser amado por
nós!
O
Natal evoca em nós os melhores e mais nobres sentimentos. Nossa solidariedade,
a acolhida fraternal do outro, a misericórdia, o perdão, a expectativa de
reconciliação, a ansiosa busca pela oportunidade de poder expressar de alguma
forma o “amor fraternal” que é o “amor ao próximo” ao qual Jesus se refere no
“grande mandamento”, tudo isso se fortalece muito mais em nós e em muitas
pessoas, independentemente de ter ou não religião. O Nascimento de Jesus se
torna uma expressão muito forte da festa da fraternidade e da solidariedade.
Rogo
a Deus que todos nós tenhamos a humildade e coragem de Maria e José. A
sensibilidade dos pastores, que “viram e ouviram o anúncio dos anjos” e se
puseram a caminho para “ver a criança recém nascida”. Rogo a Deus que tenhamos
sabedoria dos Reis Magos que reconheceram a “estrela guia” e foram ao encontro
do “Filho de Deus”. Rogo a Deus para que tenhamos muito claro diante de nós o
nosso compromisso Batismal e o discernimento para agirmos em nossa realidade a
favor do que precisam, dos que são excluídos, injustiçados, supostamente
deserdados do amor de Deus.
Purifica
Senhor nossa consciência, nossa vida e nosso testemunho com tua visitação diária, para que teu filho Jesus
Cristo – Deus Emanuel-Deus conosco, na sua vinda em glória, encontre em nós a
morada preparada para Si. Amém
Com
minhas orações, bênção e desejos de renovada alegria e esperança neste tempo da
Natividade e Ano Novo que se aproxima, e com abraços fraternais em Cristo, seu
servo.
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