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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As bem-aventuranças: Eu sou feliz é na comunidade! (Mt 5,1-12) - Mesters, Lopes e Orofino




AS BEM-AVENTURANÇAS
EU SOU FELIZ É NA COMUNIDADE
Mateus 5,1-12



OLHAR A PRÁTICA DA NOSSA COMUNIDADE

Hoje vamos meditar sobre o começo do "Sermão da Montanha". Certa vez, vendo aquela multidão imensa de gente que o seguia, Jesus subiu num pequeno morro para que todos pudessem vê-lo e ouvi-lo. Sentado lá no alto e olhando o povo, ele disse: "Felizes os pobres". Estas palavras de Jesus fazem a gente pensar e se perguntar: "O que é mesmo a felicidade? Quem é realmente feliz?" Vamos conversar sobre isto.

SITUANDO
Aqui no capítulo 5, Jesus aparece como o novo legislador. Sendo Filho, ele conhece o Pai e o objetivo que ele, o Pai tinha em mente quando, séculos atrás, deu a Lei ao povo pela mão de Moisés. Por isso, Jesus pode nos oferecer uma nova versão da lei de Deus. O solene anúncio da Nova Lei começa aqui no Sermão da Montanha.
No Antigo Testamento, a Lei de Moisés é apresentada em cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Imitando o modelo antigo, Mateus apresenta a Nova Lei que revela o sentido desta Lei. As partes narrativas, intercaladas entre os cinco Sermões, descrevem a prática de Jesus e têm como objetivo mostrar como Jesus observava a Lei e a encarnava em sua vida.

COMENTANDO
Mateus 5,1: O solene anúncio da Nova Lei
Havia apenas quatro discípulos com Jesus. Pouca gente. Mas uma multidão imensa estava à sua procura. No AT, Moisés subiu o Monte Sinai para receber a Lei de Deus. Como Moisés, Jesus sobe a Montanha e, olhando o povo, proclama a Nova Lei.
Mateus 5,3-10: As oito portas de entrada do Reino
São oito categorias de pessoas, oito portas de entrada para o Reino, para a Comunidade. Não há outras entradas! Quem quiser entrar terá que identificar-se com uma dessas oito categorias
1. os pobres de espírito                              1. deles é o Reino dos Céus
2. os mansos                                               2. herdarão a terra
3. os aflitos                                                  3. serão consolados
4. os com fome e sede de justiça                 4. serão saciados
5. os misericordiosos                                    5. obterão misericórdia
6. os de coração limpo                                  6. verão a Deus
7. os promotores da paz                               7. serão filhos de Deus
8. os perseguidos por causa da justiça         8. deles é o Reino dos Céus
A primeira e a última categoria recebem a mesma promessa: o Reino dos Céus. E a recebem desde agora, pois Jesus diz "deles é o Reino dos Céus!" Entre estas duas categorias, há três duplas às quais é feita uma promessa no futuro: 2 e 3: mansos e aflitos: dizem respeito ao relacionamento com os bens materiais, terra e consolo; 4 e 5: Fome e sede de justiça e misericordiosos: dizem respeito ao relacionamento com as pessoas na comunidade: justiça e solidariedade; 6 e 7: Coração limpo e promotores da paz: dizem respeito ao relacionamento com Deus: ver a Deus e ser chamado filho de Deus.
Em outras palavras, o Projeto do Reino, apresentado por Jesus nas bem-aventuranças, quer reconstruir a vida na sua totalidade: no seu relacionamento com os bens materiais, com as pessoas entre si e com Deus. No tempo de Mateus, este projeto estava sendo assumido pelos pobres e estes, por causa disso, estavam sendo perseguidos.

ALARGANDO
A comunidade que recebe as bem-aventuranças
Mateus tem oito bem-aventuranças. Lucas tem quatro bem-aventuranças e quatro maldições (Lc 6,20-26). As quatro da Lucas são: "vocês pobres, vocês que passam fome, vocês que choram, vocês que são odiados e perseguidos" (Lc 6,20-23). Lucas escreve para as comunidades de pagãos convertidos. Elas vivem no contexto social hostil do Império Romano. Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos, que vivem num contexto de ruptura com a sinagoga. Antes da ruptura, elas tinham uma certa condição e aceitação social. Mas agora, depois da ruptura, a comunidade entrou em crise e nela aparecem várias tendências brigando entre si. Alguns da linha farisaica querem manter rigor na observância da Lei a que estavam acostumados desde antes da conversão a Jesus. Mas fazendo assim, excluem os pequenos e pobres.
A nova lei trazida por Jesus pede que todos possam ser acolhidos na comunidade como irmãos e irmãs. Por isso, o solene início da Nova Lei traz oito bem-aventuranças que definem as categorias de pessoas que devem poder entrar na comunidade: os pobres em espírito, os mansos, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os de coração limpo, os que promovem a paz, os que são perseguidos.
O que é ser pobre em espírito?
Jesus reconhecia a riqueza e o valor dos pobres. Definiu que a sua própria missão era "anunciar a Boa Nova aos pobres". Ele mesmo vivia como pobre. Não possuía nada para si, nem mesmo uma pedra para reclinar a cabeça. E a quem queria segui-lo ele mandava escolher: ou Deus ou o dinheiro. Então, o Pobre em Espírito quem é? É o pobre que tem este mesmo Espírito de Jesus! Não é o rico. Nem é o pobre com cabeça de rico. Mas é o pobre que diz: "Eu acredito que o mundo será melhor quando o menor que padece acreditar no menor!"

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