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terça-feira, 22 de maio de 2012

Carta Pastoral


IGREJA EPISCOPAL ANGLICANA DO BRASIL

DIOCESE ANGLICANA DE CURITIBA

 “Estamos construindo uma grande Diocese...”




Carta Pastoral ao 8º Concilio Diocesano, reunido em Londrina, na Paróquia de São Lucas,  de 18 a 20 de maio de 2012, AD.

Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo. Amem.

Igreja a gente vive com paixão! (do hino Em Missão do Francisco Esvael)

“Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor” São Marcos 6.34


       Com alegria, entusiasmo e grande expectativa, nós nos reunimos como igreja diocesana.  Encontrar-se, celebrar, partilhar, fazer recomendar ações, sugerir e tomar decisões são partes da programação, porem, dependendo de cada um, pode ser muito mais. Esperamos que assim seja, para que fortaleçamos, ainda mais, o senso de pertença a família diocesana, para que nos animemos mutuamente e nos comprometamos novamente com os votos, as promessas, com o cumprimento da Aliança Batismal.   

       Continuamos com a motivação de sermos e vivermos igreja “com paixão”, levando em consideração as 5 marcas da compreensão anglicana de missão – proclamação, nutrição, cuidado com os necessitados, transformação da sociedade e cuidado com a criação de Deus.  Essas marcas da missão, tem a ver com nosso culto, com nosso testemunho, com a justiça e paz no mundo e a forma como estamos gerenciando os dons da criação de Deus. A fé leva a adoração, esta leva ao cuidado amoroso do nosso próximo. Nosso testemunho busca conseqüências, como transformar a sociedade e suas estruturas a bem de todos e todas – é a Aliança Batismal tomando forma - e, ainda, somos sensibilizados ao cuidado com as pessoas, com a natureza, com a justiça climática – o cuidado com nossa casa comum, a irmã e mãe Terra.

      Buscamos no Evangelho de São Marcos cap. 6, a partir do verso 30, a primeira multiplicação dos pães e peixes, que na edição que utilizamos hoje tem um sub titulo muito significativo: “O banquete da vida” celebrado por Jesus e seus seguidores, em contraposição com o “banquete da morte”, protagonizado pelo rei Herodes.

      Observemos nessa perícope, versos 30 a 44, quais são as atitudes de Jesus, para que, ao identificá-las, conscientemente as assumamos vivendo igreja na missão, com paixão!
  1. Jesus vê a multidão, as pessoas,
  2. Olha com um olhar diferente, olhar de compaixão,
  3. Colocando-se no lugar dela, sente que estão desorientadas, “como ovelhas sem pastor”,
  4. Jesus ensina,
  5. A atitude dos discípulos “despede esse povo, já é tarde”,
  6. Porém, Jesus observa de quem é a responsabilidade, “vocês é que tem que lhes dar de comer”,
  7. Os discípulos fazem as contas, “devemos gastar meio ano de salário para comprar comida”,
  8. Jesus vai além, mais perguntas, “o que vocês tem? O que possuem?”, como normalmente o que possuímos é pouco, com os discípulos não foi diferente, temos “cinco pães e dois peixes”,
  9. Organizem as pessoas, foi a ordem de Jesus, formem grupos de cem e de cinqüenta,
  10. Jesus abençoa os pães e peixes, e os distribui,
  11. Todos comeram e ficaram saciados.

Seria conveniente tomarmos cada um desses passos\atitudes\gestos de Jesus e interpretá-los um a um, observando a Sua ética e a ética de seu Reino, comparando isso tudo com aquilo que estamos fazendo como Igreja em Missão, que estamos fazendo com discípulos\as de Jesus...teremos certamente orientações para nosso trabalho, nosso testemunho. Nossas comissões e pastorais todas teriam o verdadeiro conteúdo para seus planejamentos e ações.

Como vamos ter Marcos bem presente em nossas liturgias e estudos neste Ano Litúrgico “B”, que, por ser um calendário ecumênico, também outras igreja o terão em pauta, animo a todos e todas para que aprofundemos os estudos desse Evangelho.

      Considero muito importante que ao “olharmos o mundo, a multidão”, tenhamos presente a palavra e motivação que o bispo tem afirmado, “ouvindo” as inquietações das pessoas da igreja e observando a realidade que nos envolve, dando especial cuidado ao que segue:
             Foram desafios para último ano porém, meu pedido é de que continuemos firmes nesses propósitos:
  1. Cuidado com a criação de Deus - se torna cada vez mais atual, importante e crucial nossa ação como pessoas e comunidades, como cidadãos e cristãos. Desde ações simples as mais complexas e desafiadoras devemos participar!
  2. Cuidado com as crianças e jovens - abrir nossos espaços, nossas celebrações litúrgicas, nossa mobilização e ação política a favor desses pequeninos do Reino não e demais ressaltar. Eles, juntamente com outros segmentos da nossa sociedade e país, precisam de nossa ação, nosso cuidado e hospitalidade, nosso compromisso, nossa voz profética!
  3. Entusiasmo renovado para, criativamente, “mudarmos os alicerces da Igreja, levando-a, como se tivesse rodas, onde as pessoas estão” (conforme nos desafia o Côn. Odilon Silva).
  4. Comunicação – Cada vez mais se afirma a importância da  comunicação. Um blog, uma rede social, uma faixa, um informativo paroquial, uma placa de identificação, um site, etc.
  5. Sustento – É crucial que cada membro da igreja contribua com seus talentos-dons, com seu tesouro (seu dinheiro) e com seu tempo. Temos que avançar muito mais para atingirmos a autonomia financeira das comunidades e o sustento da Missão da Igreja;

Para este ano de 2012, reafirmando os desafios anteriores, peço que observemos:
  1. Cuidado com a formação do povo de Deus –  Somos episcopais anglicanos. Não somos católicos romanos, luteranos, metodistas, batistas, evangélicos ou pentecostais, nem fundamentalistas e nem radicais. O que somos e cremos, está expresso na nossa adoração, escrita em nossos ritos litúrgicos, está na nossa liturgia. Fundamentados na Bíblia, nos sacramentos, nos credos, na história da igreja, na razão e na atitude acolhedora e dialogal – na inclusividade. Necessitamos, clérigos e leigos, da formação continuada, assim esperamos que uma grande maioria participe do processo que estamos desejosos que ocorra.
  2. Compromisso com o discipulado – aprofundar os compromissos da Aliança Batismal como base da compreensão do ser discípulo, discípula de Jesus Cristo diariamente.
  3. Compromisso com o crescimento – Os desafios anteriores fazem referência a qualidade da nossa vocação e testemunho cristão. Este, diz respeito ao crescimento quantitativo. Embora o acréscimo de membros por confirmações e recebimentos nos últimos dois anos, meu convite é de que juntos, como comunidade reflitamos sobre o tema, planejemos estratégias e ações em vista do nosso crescimento.


Em tudo, irmãos e irmãs, tenhamos compaixão uns pelos outros, tenhamos compaixão com nosso próximo. Ter compaixão, é agir como Jesus agiu, olhar como Jesus olhou, amar como Jesus amou... A compaixão, leva a um olhar diferente, e este a acolhida, hospitalidade, a estar junto com o outro, a ensinar – partilhar o conhecimento e o mútuo aprendizado – leva a organização, o trabalho em grupo,  leva a partilha solidária, leva a satisfação de todos e todas.

Em Jesus de Nazaré, amém.

+Naudal

Igreja a gente vive com paixão!    

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